Já li um "post" noutro blog a favor desta pena em casos excepcionais e não o comentei porque sou contra sem ter analisado bem os motivos (pela possibilidade de erro, por nos igualarmos ao que reprovamos se admitimos tal pena...)mas percebo este dilema.
Na minha modesta opinião, se aceitamos que aquela região do mundo partilha de uma cultura que não é a nossa, mas distinta, que os leva, por exemplo, a não receber a democracia e os direitos humanos como valores universais (como temos visto nos últimos 3 anos de tentativas), temos também que aceitar que resolvam os seus problemas à sua maneira.
Sou contra a pena de morte, mas os iraquianos, soberanos, não são.
Nómada, concordo em parte. O problema reside naquilo a que chamas "aceitar que resolvam os seus problemas à sua maneira", declaração de intenções certamente louvável mas que tem de ser necessariamente muito flexível. Pondo o Iraque um pouco de parte, se é inegável que o futuro da Europa reside no multiculturalismo e na aceitação da diversidade (quanto mais não seja por causa dos emigrantes) também não é menos verdade que práticas como a excisão feminina ou outras preciosidades da sharia muçulmana (tão típicas de algumas culturas) serão sempre inaceitáveis aos nossos olhos, ocorram na Nigéria, na Guiné ou na Baixa da Banheira.
Concordo totalmente contigo: excisões e outros atentados que tal são e serão para todo o sempre, para mim, inaceitáveis e intoleráveis. Mas o nosso poder de influência é reduzido, restando-nos apenas estar conscientes que existem, e tentar, através de apoio ao desenvolvimento, evitar o máximo de ocorrências. Isto lá. Porque cá não aceito que se faça.
Quanto à pena de morte, não esqueçamos Nuremberga e os julgamentos de Tóquio após a Segunda Grande Guerra, em que muitos responsáveis alemães e japoneses (e outros) foram executados. A França manteve a pena de morte até 1981. A execução de Saddam até pode ser violenta aos nossos olhos hoje, mas ainda há 20 anos não seria tanto. E quase metade do mundo ocidental ainda defende a pena de morte. Há que relativizar o acontecimento, mas sem no entanto deixar de condená-lo.
Quanto ao futuro da europa pertencer ao multiculturalismo, começo a ter as minhas dúvidas, quando vejo as populações muçulmanas na europa (sempre eles) a demonstrarem claramente recusar os nossos princípios civilizacionais, seja no âmbito dos direitos humanos, das mulheres ou da primazia da lei sobre a religião. Para não falar dos ataques teorristas na europa levados a cabo por imigrantes de segunda geração, aparentemente integrados.
Beneficiam das liberdades que lhes proporcionamos, mas não nos dão as mesmas nos seus países. Eu não sou grande adepto do Bento XVI, mas foi muito importante o que ele disse na Turquia sobre ser necessário haver alguma reciprocidade entre o mundo ocidental e o muçulmano (incluindo a turquia, onde ainda hoje ser cristão é um risco).
5 comentários:
Já li um "post" noutro blog a favor desta pena em casos excepcionais e não o comentei porque sou contra sem ter analisado bem os motivos (pela possibilidade de erro, por nos igualarmos ao que reprovamos se admitimos tal pena...)mas percebo este dilema.
Não estás só, Wolverine...
Na minha modesta opinião, se aceitamos que aquela região do mundo partilha de uma cultura que não é a nossa, mas distinta, que os leva, por exemplo, a não receber a democracia e os direitos humanos como valores universais (como temos visto nos últimos 3 anos de tentativas), temos também que aceitar que resolvam os seus problemas à sua maneira.
Sou contra a pena de morte, mas os iraquianos, soberanos, não são.
Fez-se justiça, mas à sua maneira.
Nómada,
concordo em parte.
O problema reside naquilo a que chamas "aceitar que resolvam os seus problemas à sua maneira", declaração de intenções certamente louvável mas que tem de ser necessariamente muito flexível.
Pondo o Iraque um pouco de parte, se é inegável que o futuro da Europa reside no multiculturalismo e na aceitação da diversidade (quanto mais não seja por causa dos emigrantes) também não é menos verdade que práticas como a excisão feminina ou outras preciosidades da sharia muçulmana (tão típicas de algumas culturas) serão sempre inaceitáveis aos nossos olhos, ocorram na Nigéria, na Guiné ou na Baixa da Banheira.
Wolverine,
Concordo totalmente contigo: excisões e outros atentados que tal são e serão para todo o sempre, para mim, inaceitáveis e intoleráveis. Mas o nosso poder de influência é reduzido, restando-nos apenas estar conscientes que existem, e tentar, através de apoio ao desenvolvimento, evitar o máximo de ocorrências. Isto lá. Porque cá não aceito que se faça.
Quanto à pena de morte, não esqueçamos Nuremberga e os julgamentos de Tóquio após a Segunda Grande Guerra, em que muitos responsáveis alemães e japoneses (e outros) foram executados. A França manteve a pena de morte até 1981. A execução de Saddam até pode ser violenta aos nossos olhos hoje, mas ainda há 20 anos não seria tanto. E quase metade do mundo ocidental ainda defende a pena de morte. Há que relativizar o acontecimento, mas sem no entanto deixar de condená-lo.
Quanto ao futuro da europa pertencer ao multiculturalismo, começo a ter as minhas dúvidas, quando vejo as populações muçulmanas na europa (sempre eles) a demonstrarem claramente recusar os nossos princípios civilizacionais, seja no âmbito dos direitos humanos, das mulheres ou da primazia da lei sobre a religião. Para não falar dos ataques teorristas na europa levados a cabo por imigrantes de segunda geração, aparentemente integrados.
Beneficiam das liberdades que lhes proporcionamos, mas não nos dão as mesmas nos seus países. Eu não sou grande adepto do Bento XVI, mas foi muito importante o que ele disse na Turquia sobre ser necessário haver alguma reciprocidade entre o mundo ocidental e o muçulmano (incluindo a turquia, onde ainda hoje ser cristão é um risco).
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