Confesso que já tinha algumas saudades dos dislates do genial analista político Luís Delgado, que se tem mostrado notoriamente tristonho e apagado desde que o seu herói preferido caiu com fabuloso estrondo do impensável pedestal que atingiu.
Certamente saudoso dos tempos em que defender Santana contra tudo, contra todos e inclusivamente contra a própria evidência lhe era suficiente para garantir o epíteto de homem de convicções, LD viu surgir nova oportunidade neste day after do referendo e com um contorcionismo de fazer inveja àqueles artistas de circo chineses que parecem invertebrados e uma sagacidade só ao alcance dos génios póstumos, vem defender que o facto do acto não ter sido vinculativo deve vincular o governo e o PM impedindo-os de alterar a lei.
Leitura confusa da realidade? Nem por sombras.
Imparável, LD adivinha com dotes de cigana de bola de cristal uma futura guerra entre partidos e aponta confiantemente o dedo ao Presidente da República e ao Tribunal Constitucional como garantes últimos que irão sem dúvida impedir o ímpeto de "pensamento totalitário e de extraordinária falta de respeito pelos portugueses" que ele vislumbra na intenção do governo em mexer na lei. Pouco importa que a maioria dos eleitores votantes concorde com a despenalização ou que a Assembleia tenha legitimidade jurídica e política para legislar ou que haja um consenso generalizado e histórico acerca do respeito pelos resultados dos referendos. Mesmo assim, Delgado prefere alinhar com os sectores ultra conservadores do CDS e com alguns infelizes protagonistas de movimentos do não. Se fosse importante seria grave, assim é só ridículo.
os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse
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1 comentário:
Como diria o professor Chibanga: Esse tipo é.... Estúúúúúpido!
Questiono-me porque foram então votar os adeptos do "não"?!? Pela lógica deste visionário, teria sido o ideal pois nesse cenário é que o referendo não era mesmo "nada vinculativo" (se é que o carácter vinculativo se pode medir. Deste, espero tudo!)...
Se calhar dava muito nas vistas e não era politicamente correcto apelar à abstensão...
Só lamento que este país que se diz moderno tenha os cadernos eleitorais tão desactualizados que o erro possa ser de 5% a 10%!... O suficiente para este génio ter tido menos uma saída ridícula no currículum...
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