os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse
30.1.09
nem mais...
"uma república não pode ser governada pelos tipos que fazem as fotocópias nos tribunais e nas polícias nem pelos jornalistas que conhecem e pagam a esses tipos."
FNV, Mar Salgado
FNV, Mar Salgado
27.1.09
no comboio.
compro o bilhete na máquina que substituiu os senhores nos guichets e entro no comboio e sento-me de frente para a viagem porque senão enjoo e porque me desagrada a ideia de chegar a algum sítio primeiro com o rabo e só depois com o resto de mim.
o revisor que até ver ainda não foi substituído por máquina alguma lá vem mais rápido e afoito do que seria necessário num comboio em andamento e eu mostro o meu bilhete e ele pica-o com o seu picador e faz-me um ligeiro aceno quase imperceptível com a cabeça enquanto mo devolve e eu respondo com um ligeiro aceno quase imperceptível com a cabeça enquanto o recolho.
antes de abrir o meu livro dou uma rápida olhadela para o resto da carruagem e há um casal que me desperta a atenção sendo que provavelmente são pai e filha mas também podem com igual facilidade ser marido e mulher que isto nos dias de hoje já se sabe que é perigoso tirar estas coisas pela pinta e vão ocupados os dois ele com um computador e ela com um livro ou uma revista que eu daqui não consigo ter a certeza e não sou pessoa de me deitar a adivinhar.
começo a ler o meu livro e de tempos a tempos espreito e depois de meia-hora de viagem e de várias espreitadelas tenho uma certeza e uma teoria sendo a certeza que o livro é muito bom e a teoria que são mesmo pai e filha porque não se tocam e não se falam e não se olham e mesmo assim parecem confortáveis ao lado um do outro.
chegamos ao destino e eu levanto-me e lentamente passo por eles e ela afinal está a ler um livro mas eu não descubro qual e eles continuam sentados e confortavelmente em silêncio.
o revisor que até ver ainda não foi substituído por máquina alguma lá vem mais rápido e afoito do que seria necessário num comboio em andamento e eu mostro o meu bilhete e ele pica-o com o seu picador e faz-me um ligeiro aceno quase imperceptível com a cabeça enquanto mo devolve e eu respondo com um ligeiro aceno quase imperceptível com a cabeça enquanto o recolho.
antes de abrir o meu livro dou uma rápida olhadela para o resto da carruagem e há um casal que me desperta a atenção sendo que provavelmente são pai e filha mas também podem com igual facilidade ser marido e mulher que isto nos dias de hoje já se sabe que é perigoso tirar estas coisas pela pinta e vão ocupados os dois ele com um computador e ela com um livro ou uma revista que eu daqui não consigo ter a certeza e não sou pessoa de me deitar a adivinhar.
começo a ler o meu livro e de tempos a tempos espreito e depois de meia-hora de viagem e de várias espreitadelas tenho uma certeza e uma teoria sendo a certeza que o livro é muito bom e a teoria que são mesmo pai e filha porque não se tocam e não se falam e não se olham e mesmo assim parecem confortáveis ao lado um do outro.
chegamos ao destino e eu levanto-me e lentamente passo por eles e ela afinal está a ler um livro mas eu não descubro qual e eles continuam sentados e confortavelmente em silêncio.
21.1.09
yes we can.
It was a creed written into the founding documents that declared the destiny of a nation.
Yes we can.
It was whispered by slaves and abolitionists as they blazed a trail toward freedom.
Yes we can. Yes we can.
It was sung by immigrants as they struck out from distant shoresand pioneers who pushed westward against an unforgiving wilderness.
Yes we can. Yes we can.
It was the call of workers who organized; women who reached for the ballots; a President who chose the moon as our new frontier; and a King who took us to the mountain-top and pointed the way to the Promised Land.
Yes we can to justice and equality.(yes we can, yes we can, yes we can, yes we can…)
Yes we can to opportunity and prosperity.
Yes we can to opportunity and prosperity.
Yes we can heal this nation.
Yes we can repair this world.
Yes we can. Si Se Puede (yes we can, yes we can, yes we can, yes we can…)´
We know the battle ahead will be long, but always remember that no matter what obstacles stand in our way, nothing can stand in the way of the power of millions of voices calling for change.
We want change!(We want change! We want change! We want change…)
We have been told we cannot do this by a chorus of cynics who will only grow louder and more dissonant. We’ve been asked to pause for a reality check. We’ve been warned against offering the people of this nation false hope. But in the unlikely story that is America, there has never been anything false about hope.
We want change!(We want change! I want change! We want change! I want change…)
The hopes of the little girl who goes to a crumbling school in Dillon are the same as the dreams of the boy who learns on the streets of LA; we will remember that there is something happening in America; that we are not as divided as our politics suggests;that we are one people; we are one nation;and together, we will begin the next great chapter in America’s story with three words that will ring from coast to coast; from sea to shining sea - Yes. We. Can.
(yes we can, yes we can, yes we can, yes we can, yes we can…)
20.1.09
...
são 8 e meia da madrugada e estou na cozinha com a rita ao colo e portanto com todo o lado esquerdo do tronco ocupado e é só com o braço direito que me dedico a preparar o meu pequeno almoço ou seja a tentar verter para dentro duma caneca um mísero iogurte bom para o colesterol dizem eles mas escandalosamente caro digo eu.
lá fora chove cada vez mais e a dona m. pára por momentos de passar a roupa a ferro e vai à janela e abre-a ligeiramente e espreita e diz olha, olha, está a cair granito.
lá fora chove cada vez mais e a dona m. pára por momentos de passar a roupa a ferro e vai à janela e abre-a ligeiramente e espreita e diz olha, olha, está a cair granito.
16.1.09
o legado de bush.
anda por aí uma teoria que defende ser cedo demais para analisar os 8 anos de bush e que diz que só a passagem dos anos e só o eventual desenlace dos conflitos (sim porque há gajos por aí que lhes dá nervos dizer guerras...) no iraque e afeganistão poderá dar a devida medida do papel por ele desempenhado.
com o devido respeito não concordo.
acho aliás que parte da expectativa desmesurada que recai sobre barack obama tem muito a ver com o total e absoluto desencanto dos últimos anos. desde a mentira da guerra do iraque à tortura de guantanamo e abu ghraib, passando pela desgraça do katrina e pela primeira crise económica verdadeiramente global, não faltam razões para decretar bush como um mau presidente sem precisar de deixar passar umas décadas sobre o assunto.
se uma imagem vale mais que mil palavras então george bush deixa para trás centenas de imagens e momentos e esgares faciais, pontuados com frases demonstrativas duma inadequação óbvia entre o homem e o cargo. e não, esta não é a estafada conversa do tipo ser bronco e cowboy e bem, bronco e cowboy. é a simples constatação de que para ser presidente do mais poderoso país do mundo é de facto preciso algo mais do que provavelmente ser uma companhia agradável para beber umas cervejas. e essa distinção entre a forma de ser pessoalmente e a forma de ser profissionalmente é algo que bush nunca fez verdadeiramente.
com o devido respeito não concordo.
acho aliás que parte da expectativa desmesurada que recai sobre barack obama tem muito a ver com o total e absoluto desencanto dos últimos anos. desde a mentira da guerra do iraque à tortura de guantanamo e abu ghraib, passando pela desgraça do katrina e pela primeira crise económica verdadeiramente global, não faltam razões para decretar bush como um mau presidente sem precisar de deixar passar umas décadas sobre o assunto.
se uma imagem vale mais que mil palavras então george bush deixa para trás centenas de imagens e momentos e esgares faciais, pontuados com frases demonstrativas duma inadequação óbvia entre o homem e o cargo. e não, esta não é a estafada conversa do tipo ser bronco e cowboy e bem, bronco e cowboy. é a simples constatação de que para ser presidente do mais poderoso país do mundo é de facto preciso algo mais do que provavelmente ser uma companhia agradável para beber umas cervejas. e essa distinção entre a forma de ser pessoalmente e a forma de ser profissionalmente é algo que bush nunca fez verdadeiramente.
15.1.09
14.1.09
como já não posso mais ouvir falar do cr7, falemos de algo verdadeiramente importante: nadal
para aguçar o apetite: as mehores partes de um fabuloso artigo na time.
...Rallying with Nadal, says former Top 10 player turned coach
Brad Gilbert, "is an education in pain."
...Nadal's shot rotates at an average of 3,200 times a minute. Andre Agassi, one of the game's great shotmakers, generated 1,900 rotations per minute in his prime, and current world No. 2 Roger Federer, whose forehand is considered among the game's best, generates 2,700.
...Ask his trainer, Rafael Maymo, what parts of Nadal's body are under strain when he plays, and he answers: "Shoulder, feet, legs and back. Oh wait, that's every part."
Sampras is even more direct: [Nadal] puts so much effort into each point that eventually something will break."
...Is his coach encouraging Nadal to mimic Federer? "No, Federer is too good," says Toni. "Rafael must play like himself but better, [less spin], quicker points." But how can Federer be too good when Rafael is ranked No. 1? "There is a difference between who is better and who knows more," says Toni. "Better now is Rafael, he is No. 1 in the ranking. But who has the best game? Federer."
...as Nadal puts it, "I've always liked the competition more than the tennis."
...Rallying with Nadal, says former Top 10 player turned coach
Brad Gilbert, "is an education in pain."
...Nadal's shot rotates at an average of 3,200 times a minute. Andre Agassi, one of the game's great shotmakers, generated 1,900 rotations per minute in his prime, and current world No. 2 Roger Federer, whose forehand is considered among the game's best, generates 2,700.
...Ask his trainer, Rafael Maymo, what parts of Nadal's body are under strain when he plays, and he answers: "Shoulder, feet, legs and back. Oh wait, that's every part."
Sampras is even more direct: [Nadal] puts so much effort into each point that eventually something will break."
...Is his coach encouraging Nadal to mimic Federer? "No, Federer is too good," says Toni. "Rafael must play like himself but better, [less spin], quicker points." But how can Federer be too good when Rafael is ranked No. 1? "There is a difference between who is better and who knows more," says Toni. "Better now is Rafael, he is No. 1 in the ranking. But who has the best game? Federer."
...as Nadal puts it, "I've always liked the competition more than the tennis."
12.1.09
enfim, genial...
hoje no consultório um tipo entra para marcar uma consulta e entretanto diz à assistente que ela está mais bonita e também mais gorda e ela agradece à falta de outra forma de reagir e ele diz que isso é um elogio já que a mulher quer-se com asas como uma panela.
o momento do dia.
podia ser o minuto 45 do benfica-braga com o golo em fora de jogo ou o minuto 54 com o penálti inventado sobre o dimaria ou o 68 com o penálti roubado ao braga.
podia, mas não foi.
podia ser o minuto 1 do porto-trofense porque foi o início dum festival de golos falhados de forma ridícula ou podia ser o lance meio duvidoso sobre o fucile e o meio duvidoso sobre o lisandro. podia também ser qualquer um dos minutos em que o jesualdo olha para o banco a pensar qual daqueles jogadores, digamos merdosos para ser simpático, é que vai colocar em campo.
podia, mas não foi.
o único e verdadeiro momento do dia foi aos 92 do porto-trofense.
freddy guarin, demonstrando rara inteligência e invulgar compreensão da regra do fora de jogo, procurou o espaço vazio desmarcando-se nas costas da defesa e, aqui reside o pormenor genial da coisa, do guarda-redes adversário. como não poderia deixar de ser este movimento original de ruptura foi devidamente recompensado tendo o nosso herói desempenhado um papel fulcral ao assegurar que os 28 jogadores que correram e suaram 97 minutos não sairiam de campo sem o justo prémio da conquista de um ponto para cada lado.
podia, mas não foi.
podia ser o minuto 1 do porto-trofense porque foi o início dum festival de golos falhados de forma ridícula ou podia ser o lance meio duvidoso sobre o fucile e o meio duvidoso sobre o lisandro. podia também ser qualquer um dos minutos em que o jesualdo olha para o banco a pensar qual daqueles jogadores, digamos merdosos para ser simpático, é que vai colocar em campo.
podia, mas não foi.
o único e verdadeiro momento do dia foi aos 92 do porto-trofense.
freddy guarin, demonstrando rara inteligência e invulgar compreensão da regra do fora de jogo, procurou o espaço vazio desmarcando-se nas costas da defesa e, aqui reside o pormenor genial da coisa, do guarda-redes adversário. como não poderia deixar de ser este movimento original de ruptura foi devidamente recompensado tendo o nosso herói desempenhado um papel fulcral ao assegurar que os 28 jogadores que correram e suaram 97 minutos não sairiam de campo sem o justo prémio da conquista de um ponto para cada lado.
10.1.09
7.1.09
functional MRI
e como ícaro andamos perigosamente a brincar com os nossos limites e como ícaro corremos o risco de só o descobrirmos tarde demais.
e quando já nem formos donos dos nossos pensamentos e emoções mais íntimas então aí não seremos verdadeiramente donos de nada.
6.1.09
o primeiro ministro na SIC.
não vi tudo porque isto de marcar entrevistas para a hora de deitar a criançada não está nada bem. quanto ao que vi confesso-me algo desiludido pela falta de conteúdo, que contrariamente a outras opiniões que já ouvi atribuo mais aos entrevistadores que ao pm. se a ideia do ricardo costa era mostrar que ai eu mesmo sendo irmão do outro costa sou um tipo isento e um inquisidor implacável o objectivo até terá sido alcançado. se a ideia era ter uma entrevista que obrigasse o pm a explicar a fundo, para lá das frases feitas e mui repetidas, o plano anti-crise e projectos como o do tgv ou o novo aeroporto então o tom hiper-agressivo quase histriónico usado pelos 2 jornalistas em determinados momentos impediu que lá se chegasse. quanto ao resto e perante uma crise destas proporções juro que não percebo tanto tempo a falar de alegre, isto apesar de a campanha eleitoral já ter começado há algum tempo. em relação ao futuro nada de novo e várias constatações do óbvio: o país precisa de uma maioria estável para ser (minimamente) governável e quer por méritos próprios quer por notória falta de alternativas só o ps de sócrates lá pode chegar.
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