os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse

17.4.06

Mistérios da fé

Facto: esta 6ª feira em Olhão populares em fúria contra a decisão do padre de não realizar a tradicional procissão pascal, obrigaram a uma intervenção policial para evitar a invasão da Igreja e eventuais confrontos com o senhor cura. Em Sendim, e pelo mesmo motivo, foi roubada a chave da sacristia.

Opinião: A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) nunca se esforçou por estimular o espírito crítico e o livre pensamento entre os seus seguidores, muito pelo contrário. Ao longo da sua já mui longa história, desde as perseguições aos que sentiam a fé de uma maneira diferente da sua, às missas em latim para manter a distância e afastar o risco de dissidência, passando pelos variados dogmas, pela forma altamente ritualizada como exerce a sua acção e acabando na dificuldade de adequar o seu discurso aos problemas e às realidades do mundo actual, a ICAR sobrevive e prospera porque consegue incutir na maioria dos crentes uma habituação e um apego muito marcado aos seus diferentes ritos. Esta forma de estar tem como consequência última, na minha opinião, o esvaziar de conteúdo e significado os actos e as palavras de muitos dos católicos, produzindo aquilo a que poderíamos chamar de fé acrítica e de tipo robótico. Ou seja, um distanciamento progressivo entre aquilo que cada um professa dentro da Igreja e aquilo que faz cá fora.
Só assim é possível compreender que pessoas que vão à missa regularmente, que comungam, que se confessam, que fazem gala do uso dos seus crucifixos e questão de baptizar e educar os filhos segundo os ensinamentos da Igreja, sejam capazes de roubar e de tentar agredir o próprio padre em nome duma qualquer tradição, sem perceberem a insanável contradição que há entre estas actitudes e a religião do amor e do perdão que dizem professar.

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