Para quem lê jornais, vê notícias e/ou ouve rádio, este post não tem nada de novo. Só o escrevi porque é de facto espantoso olhar para a globalidade dos últimos anos da Câmara de Lisboa.
Cronologia de um drama:
-Graças ao falhanço da governação de Guterres, a uma má campanha de João Soares e à boa imprensa de que gozava então, Santana ganha as eleições municipais com Carmona como nº2,
-Depois do "diálogo", dos queijos limianos e da desistência de Guterres, o PSD ganha as legislativas e Carmona suspende mandato de vereador para ir para ministro,
-Pressentindo o naufrágio, Durão abandona o navio, Santana troca a câmara pelo governo e Carmona troca o governo pela câmara,
-Sampaio mostra que afinal serve para alguma coisa de muito útil, corre com Santana e acaba com aquela coisa tipo governo. Santana volta para a câmara. Carmona passa novamente a nº2,
-Mendes tira naturalmente o tapete a Santana e apoia Carmona que reconquista, com a preciosa ajuda de Carrilho e do PS, a câmara para o PSD,
-Num processo típico de uma qualquer associação de estudantes de liceu mal resolvidos e com hormonas a mais, Zézinha, Paula e Carmona zangam-se e desfazem a coligação,
-A chefe de gabinete de Carmona é constituída arguida e obrigada pelo PSD a suspender o mandato,
-O nº2 de Carmona omite durante uns meses o seu estatuto de arguido, escudando a sua atitude em jogos de palavras típicos de miúdos da primária, e recusa suspender funções,
-Carmona apoia politicamente o seu nº2, anunciando também o apoio do próprio PSD, leia-se Mendes.
-Algumas horas depois, o referido PSD, leia-se Mendes, chama novamente Carmona e obriga-o a convencer o nº2 a suspender funções,
-Segundo o jornal de Balsemão, na eventualidade (será probabilidade??) de Carmona ser também ele constituído arguido, Mendes prepara-se para empurrar para presidente a nº3 da lista que foi às eleições,
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Haja paciência, que Lisboa há-de seguir dentro de instantes.