os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse

28.2.07

Sugestão


Diga-se logo à partida que não é um grande filme. É interessante pela história que conta (o nascimento da CIA) e por ser realizado pelo Robert De Niro.
Vale pelo ritmo propositadamente pausado e pela inevitabilidade fria e calculista com que o pragmatismo se sobrepõe às emoções.
Vale também pela actualidade do conceito do "inimigo necessário" (na altura a URSS, hoje o Irão, a Coreia, a Al-Qaeda) como elemento indispensável e estruturante da política norte-americana.

27.2.07

Paulo Macedo abandona cargo de director-geral dos impostos

A noticia...
"O director-geral dos Impostos, Paulo Macedo, já acordou com o ministro das Finanças que vai abandonar o cargo que ocupa desde 2005, noticia o Expresso online. A decisão será formalizada provavelmente ainda esta semana por Teixeira dos Santos, que tenciona anunciar na mesma altura o substituto de Paulo Macedo.
Desde que foi conhecido que a lei que impede que qualquer pessoa que ocupe um cargo no funcionalismo público não pode ganhar mais que o primeiro-ministro (um pouco mais de 5.360.85 euros) e que, por isso, Macedo teria de reduzir o seu ordenado de mais de 23 mil euros brutos para aquele valor, as possibilidades do director-geral dos Impostos continuar eram reduzidas.
No entanto, Teixeira dos Santos tentou desde aí encontrar outras formas de remuneração que permitissem a Macedo continuar, mas sem infringir aquela lei. Macedo, contudo, não aceitou e vai regressar ao seu lugar de origem no Millennium bcp, banco de que é quadro, segundo o Expresso online. "
in Jornal de Negócios 27/02/2006

As primeiras reacções (comentários de leitores também no JN)...
Reacção 1: "Sim de facto já. Este senhor não é o supra-sumo da competencia do funcionalismo publico para ganhar uma fortuna num país que está de tanga. Estou certo de que há neste país quem desempenhe funções a altura por muitissimo menos. Arrisco: Eu por exemplo!..."

Reacção 2: "Só num país de broncos é que isto é possível. Em vez de haver um escrutínio, uma exigência e uma sanção sobre os incompetentes e oportunistas (por exemplo, os que antecederam o Macedo) cai-se na situação de incensar um tipo absolutamente normal, como é o Macedo. Além disso, se o Sr Macedo fosse um cidadão em toda a linha, aceitava o salário dos 5000 e tal euros que já não é nada mau (tanto mais que a formação dele foi suportado pelos contribuintes portugueses). É o que eu faria, porque não sou um mercenário e tenho consciência de cidadania (no sentido em que tenho direitos mas também me cabem deveres). Por outro lado, se o Sr. Macedo fosse um gestor de alta (ou até mediana) qualidade, já tinha preparado a máquina do fisco para funcionar melhor (do que antes) sem a sua beata pessoa."

18.2.07

Seinfeld. "the mango". (I)

Elaine à conversa com uma colega de escritório sobre orgasmos,

- ei, Renee, let me ask you something. have you ever, you know, faked it?
- yeah, sometimes.
- really, like when?
- like if we went to a Broadway show...if we had really good seats.
- yeah, well...
- ah, like, you know, if it's enough already and i just wanna get some sleep.

17.2.07

Paulatinamente, com mérito e perseverança, o PSD vai contribuindo como pode para uma nova maioria absoluta do PS...

Para quem lê jornais, vê notícias e/ou ouve rádio, este post não tem nada de novo. Só o escrevi porque é de facto espantoso olhar para a globalidade dos últimos anos da Câmara de Lisboa.

Cronologia de um drama:
-Graças ao falhanço da governação de Guterres, a uma má campanha de João Soares e à boa imprensa de que gozava então, Santana ganha as eleições municipais com Carmona como nº2,
-Depois do "diálogo", dos queijos limianos e da desistência de Guterres, o PSD ganha as legislativas e Carmona suspende mandato de vereador para ir para ministro,
-Pressentindo o naufrágio, Durão abandona o navio, Santana troca a câmara pelo governo e Carmona troca o governo pela câmara,
-Sampaio mostra que afinal serve para alguma coisa de muito útil, corre com Santana e acaba com aquela coisa tipo governo. Santana volta para a câmara. Carmona passa novamente a nº2,
-Mendes tira naturalmente o tapete a Santana e apoia Carmona que reconquista, com a preciosa ajuda de Carrilho e do PS, a câmara para o PSD,
-Num processo típico de uma qualquer associação de estudantes de liceu mal resolvidos e com hormonas a mais, Zézinha, Paula e Carmona zangam-se e desfazem a coligação,
-A chefe de gabinete de Carmona é constituída arguida e obrigada pelo PSD a suspender o mandato,
-O nº2 de Carmona omite durante uns meses o seu estatuto de arguido, escudando a sua atitude em jogos de palavras típicos de miúdos da primária, e recusa suspender funções,
-Carmona apoia politicamente o seu nº2, anunciando também o apoio do próprio PSD, leia-se Mendes.
-Algumas horas depois, o referido PSD, leia-se Mendes, chama novamente Carmona e obriga-o a convencer o nº2 a suspender funções,
-Segundo o jornal de Balsemão, na eventualidade (será probabilidade??) de Carmona ser também ele constituído arguido, Mendes prepara-se para empurrar para presidente a nº3 da lista que foi às eleições,
...

Haja paciência, que Lisboa há-de seguir dentro de instantes.

Depois do silêncio, ouviu-se o tango.


13.2.07

Natália, a deputada poeta e Morgado, o capado.

Em 1982, as sessões da Assembleia da República tinham outro sal...

Resposta de Natália Correia (então deputada do PSD) ao deputado João Morgado (CDS), na sequência de um "eloquente" discurso deste: "A igreja Católica proíbe o aborto porque entende que o acto sexual é para se ver o nascimento de um filho".

"Já que o coito diz Morgado
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menino ou menina
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca truca,
sendo só pai de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou parca ração! uma vez.
E se a função faz o órgão diz o ditado
consumado essa excepção,
ficou capado o Morgado."

12.2.07

Brilhante, como sempre...

Confesso que já tinha algumas saudades dos dislates do genial analista político Luís Delgado, que se tem mostrado notoriamente tristonho e apagado desde que o seu herói preferido caiu com fabuloso estrondo do impensável pedestal que atingiu.
Certamente saudoso dos tempos em que defender Santana contra tudo, contra todos e inclusivamente contra a própria evidência lhe era suficiente para garantir o epíteto de homem de convicções, LD viu surgir nova oportunidade neste day after do referendo e com um contorcionismo de fazer inveja àqueles artistas de circo chineses que parecem invertebrados e uma sagacidade só ao alcance dos génios póstumos, vem defender que o facto do acto não ter sido vinculativo deve vincular o governo e o PM impedindo-os de alterar a lei.
Leitura confusa da realidade? Nem por sombras.
Imparável, LD adivinha com dotes de cigana de bola de cristal uma futura guerra entre partidos e aponta confiantemente o dedo ao Presidente da República e ao Tribunal Constitucional como garantes últimos que irão sem dúvida impedir o ímpeto de "pensamento totalitário e de extraordinária falta de respeito pelos portugueses" que ele vislumbra na intenção do governo em mexer na lei. Pouco importa que a maioria dos eleitores votantes concorde com a despenalização ou que a Assembleia tenha legitimidade jurídica e política para legislar ou que haja um consenso generalizado e histórico acerca do respeito pelos resultados dos referendos. Mesmo assim, Delgado prefere alinhar com os sectores ultra conservadores do CDS e com alguns infelizes protagonistas de movimentos do não. Se fosse importante seria grave, assim é só ridículo.

Sim, sim, sim...

Finalmente já tenho a 1ª temporada do fabuloso Prison Break...

9.2.07

politonias

a aquecer

Parece piada....Mas aconteceu mesmo...

Hoje de manhã, na 4ª sessão de fisoterapia fiz um torcicolo...

Adivinhar o futuro.

Há quem use búzios, ou cartas, ou folhas de chá no fundo duma chávena. Há quem procure ler as estrelas, os alinhamentos cósmicos, ou as palmas das mãos. Também há adivinhos de bolas de cristal, consultores de espíritos, invocadores de oguns, xóguns e outros que tais. Tudo isto para responder a uma das nossas maiores angústias enquanto seres humanos: o futuro.
Saber de antemão os números do totoloto acarreta um aumento significativo da probabilidade de acertar. Conhecer o resultado final de um jogo de futebol pode fazer maravilhas para diminuir o stress e evitar o recurso aos mais coloridos dos vocábulos do dicionário. Divisar logo pela manhã que um dado dia irá incluir sexo permite escolher a melhor cueca, deixando de lado os slips desbotados pelo selo e com o elástico já gasto, e as meias com o buraco no dedão. O mesmo tipo de prevenção que um tipo pode exercer se souber de fonte segura que mais logo pela tardinha vai parar ao hospital.
Por outro lado, e como é comum num mundo cada vez mais falho de crenças e de fé, há também aqueles que por notória falta de imaginação e de criatividade pura e simplesmente não acreditam em nada, muito menos na possibilidade de prever o futuro. Vivem o momento, satisfeitos na tranquilidade que dá aceitar as coisas que não podem controlar. Usam quanto muito uma boa dose de bom senso (o que me parece algo pleonástico mas adiante) e um conhecimento mais ou menos pormenorizado dos acontecimentos passados como forma de adivinhar o porvenir. Tipos desta laia, apesar de se gabarem do seu estatuto de não crédulos, têm uma tal confiança nas suas capacidades dedutivas que frequentemente chegam a conclusões tão inabaláveis que numa demonstração testosterónica de fanfarronice e estupidez natural proclamam alto e bom som ser capazes de apostar um testículo nelas.
Eu por exemplo não preciso de ser a amiga Maya para apostar um dos meus referidos orgãos em que daqui a 7 anos Cavaco continuará a ser PR e o outro para alvitrar que pela mesma altura ainda estaremos a divergir da Europa nas estatísticas do economês.
Finalmente há ainda aqueles que dizem que o futuro a Deus pertence, mas não se eximem de tentar através de rezas e promessas condicionar o supremo arbítrio do divino.

Aqui chegado, assalta-me a recorrente sensação de que como é costume voltei a cometer o pecado da divagação, a misturar alhos com bugalhos, enfim a perder-me um pouco nesta sensação de formigueiro libertador que me dá na ponta dos dedos quando estou entretido a escrevinhar alguma coisa.
Neste caso, o factor desencadeante foi este: duvido que qualquer bruxo, adivinho, crente religioso ou mesmo mero analista especialista de informática e estatística pudesse prever o sucesso que isto ia ter.

8.2.07

Depois de tonalidades a cinzento, monotonias sem espinhas, e de um velho a falar sobre um morto, é altura de recentrar o blog.


Ao ataque

Mário Soares apresentou o livro 'Vítimas de Salazar' e não deixou de aludir ao concurso da RTP.
"O fascismo assassinou, deportou, censurou e exerceu toda a espécie de violências"
Um grande português, combatente primeiro anti-fascista e depois anti-comunista, pilar essencial do PREC e da transição suave para a democracia, impulsionador da descolonização, primeiro-ministro, motor da adesão de Portugal à CEE, presidente da república, homem das mil viagens, das presidências abertas e das forças de bloqueios, gerador de ódios e paixões, teimoso, culto, vaidoso, agnóstico, excessivo nos gestos e atitudes, bonacheirão, ligado à maçonaria, à CIA, e a histórias duvidosas como os diamantes de Angola e as confusões de Macau, enfim, uma personagem que não deixa ninguém indiferente e que marcou para sempre o século XX português, aqui num pequeno contributo para evitar que um concurso de génese populista e aparentemente fácil de ser manipulado consiga de algum modo diluir o passado.

monotonias

sem espinhas

7.2.07

tonalidades


onde se vota quando uma pergunta a preto e branco causa dúvidas cinzentas?

Sem Dom nem Piedade

Como é que convidam alguém como a Leonor Pinhão para fazer uma documentário sobre D. Afonso Henriques? Não sei se viram, mas foi muito mau. A meio do dito programa só me ocorreu que pior, só talvez pedirem ao Gabriel Alves para falar sobre a Rainha Santa Isabel.

A não serem as datas e os factos mais ou menos identificados e reconhecidos, tudo o resto que envolveu aquela produção foi realmente sofrível. A realização má, a qualidade de imagem fraca, os textos presunçosos e a narração monocórdica e desinteressante.

Quando a meio do programa se abriu um capítulo inteiro, só sobre a cidade de Lisboa e a importância da sua conquista - com a leitura de inúmeras citações elogiosas sobre a mesma - , cheguei a temer que fosse narrado que o nosso primeiro era do SLB, quando no fundo sabemos bem que o que ele gostava era de espancar mouros e o que quis foi ver "Lisboa a arder".

Por outro lado, as comparações entre as vitórias nas batalhas de então com as mais recentes vitórias sobre os espanhóis, em futebol, mais concretamente no euro 2004, além de primárias, pareceram-me desadequadas, sobretudo depois de um fim de semana em que morreu um polícia em Itália por causa de um resultado de um simples jogo.

Aguardo contudo a exibição de outros documentários que me parecem que poderão vir a ser mais interessantes. Lembro-me por exemplo do de Fernando Pessoa - Clara Ferreira Alves; D. João II - Paulo Portas e de Luís de Camões - professor catedrático numa universidade britânica que lecionou durante vários anos uma cadeira sobre os escritos do poeta - não me recordo do nome .

4.2.07

Finalmente alguém descobre a solução, 9 anos depois do 1º referendo e já na campanha para o 2º...

Acabo de ouvir na rádio o excelso Dr. Alexandre Relvas, o estratega de campanhas a quem Cavaco Silva já chamou o seu Mourinho, defender uma posição sobre o referendo à despenalização ao aborto que chega a parecer inspirada na sátira do gato fedorento ao Professor Marcelo. Segundo o Dr. Relvas a solução seria algo deste estilo:
Caríssimas portuguesas e portugueses, votem não numa demonstração inequívoca de respeito pela vida humana. Mas caso se vejam necessitados, por capricho, falta de dinheiro, tempo ou espaço para mais um miúdo lá em casa, a realizar um aborto em qualquer altura da vossa gravidez saibam que soluções não faltam. Caso tenham posses sugiro o costumeiro passeio a uma capital europeia do vosso agrado, onde podem sempre fazer umas comprinhas nas lojecas da moda. Caso sejam só remediados continuam a ter a opção de resolver o problemazito já aqui ao lado na amiga Espanha, podendo até aproveitar para comprar caramelos e atestar o carro. Caso não tenham onde cair mortas resta-vos ainda e sempre o ancestral recurso a um qualquer vão de escada infecto e badalhoco, com a suprema vantagem de não correrem o risco de ser presas ou perseguidas pela polícia no caso de terem complicações graves que vos obriguem a ir parar ao hospital.

Enfim,
é crime? sim.
pode-se fazer a qualquer altura da gravidez desde que não seja num estabelecimento de saúde legalizado? sim.
o que é que acontece a quem o faz? nada.


p.s.- a minha posição está aqui.

2.2.07

monotonias ou...

sistema vascular ambiental

1.2.07

Para quem gosta de números redondos



= - 11 minutos de vida

Haja paciência...

À conversa com empresários chineses, o ministro da Economia Manuel Pinho apontou a nossa baixa média salarial comparativamente aos restantes países da UE como uma das razões para justificar o sino-investimento cá no burgo.
Ora, como a declaração do ministro é uma mera constatação do óbvio, o coro de protestos ao melhor estilo de virgens ofendidas que uniu partidos da oposição e sindicatos só se compreende à luz de alguma demagogia e aproveitamento político. Isto não invalida que comece a ser de bradar aos céus a falta de tacto do Dr. Pinho, que fiel ao seu historial de só ser notícia por maus motivos (a declaração que "a crise acabou", o caos com a ERSE e respectivas audições parlamentares, etc...) vem agora criar nova confusão ao melhor estilo cada cavadela cada minhoca. Ainda para mais num governo que conseguiu há poucos meses um acordo histórico entre todos os parceiros sociais para uma melhoria plurianual significativa do salário mínimo.
Será que como a oposição a Sócrates é pura e simplesmente inexistente alguns ministros se sentem estranhamente compelidos a agitar as águas?

Arquivo do blogue

Com tecnologia do Blogger.