os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse

18.3.06

Os franceses na merde

Continuando a fazer jus à merecida fama de dizer mal de tudo e não gostar de nada, comunico que não posso com os Franceses. La France em si ainda vá que não vá, mas os franceses esses, ulálá e ódidon, não há pachorra. Acho mesmo que contrariamente à imagem que têm de si próprios, os franceses são os americanos da Europa ou dito de forma mais clara acham que o mundo continua a girar à sua volta e comportam-se como se tivessem um direito divino a ser imprescindíveis. Além disso, parecem achar que os emigrantes só são bons para porteiros ou mulheres de limpeza.
Mas nos últimos dias alguns franceses merecem o meu apoio, especificamente todos aqueles que apresentam nos seus BI's uma idade inferior aos 26 anos. É que para azar deles, alguns governantes confortavelmente refastelados nos seus cadeirões do poder, decidiram que durante os dois primeiros anos de trabalho eles podem ser despedidos sem justa causa.

Quem me conhece ou tem lido alguns dos posts que vou escrevendo sabe bem que outra coisa que não posso ver nem pintados de azul e branco são sindicalistas, daqueles que enchem a boca com os direitos adquiridos isto, a contratação colectiva aquilo e o grande capital aqueloutro, mas neste caso vejo-me forçado a dar-lhes razão. Acho que nem vale a pena falar da quantidade de abusos a que isto pode levar, digamos apenas que seria quase voltar à idade média em que os nobres punham e dispunham dos seus escravos como se lhes aprouvesse e ai dos que arrebitassem cachimbo.
Não pode ser este o caminho. Não pode ser esta a forma encontrada por um governo europeu do século XXI para combater o desemprego, sob pena de nos dirigirmos a passos largos para uma situação de caos social.

4 comentários:

Imperial disse...

AMSA ?

corto maltese disse...

quanto à questão do emprego/desemprego, concordo basicamente contigo.

já o preambulo inicial "Acho mesmo que contrariamente à imagem que têm de si próprios, os franceses são os americanos da Europa ou dito de forma mais clara acham que o mundo continua a girar à sua volta e comportam-se como se tivessem um direito divino a ser imprescindíveis",não posso estar mais em desacordo.

Não são eles que conduzem pela esquerda; que obrigam paises como a Irlanda, Escócia e Austrália a curvarem-se perante uma das casas reais mais promíscua da Europa; que não aderiram a moeda única europeia; e que se continuam a ajoelhar sempre que os americanos desabotoam as calças ( aliás nesse aspecto não podemos falar muito).

Penso mesmo, e não me estando a referir como é obvio à classe política, que a população francesa nestas últimas décadas ( desde o maio de 68), tem mostrado que luta pelas suas ideias, de uma forma às vezes violenta, é certo, mas nunca assobiando para o lado.

Acho inclusivamente que se trata de um dos bons exemplos de vitalidade europeia.

Quanto à questão da subalternização dos emigrantes, não me faças rir... que qualquer pais da europa central/ocidental atire a primeira pedra, a começar por nós... o problema no nosso caso, era se a pedra fosse atirada por um ucraniano das obras...

ab.

wolverine disse...

imperial,
sim.
Um caso típico de existência bicéfala...
ou a história de um gajo que decide ter um blog próprio para aliviar o que lhe vai na alma e descarregar o excesso de bílis, e depois se junta aos seus melhores amigos para formar outro blog e, afinal, por ser o único com tempo e vontade, acaba por ficar com 2 blogs quase iguais...

obrigado pela visita. volta sempre.

corto,
que os franceses, pelo menos a classe política, ainda tem a ideia de La France como potência fundamental no mundo e "dona" da UE, é para mim óbvio por declarações como a ameaça de usar a bomba nuclear de forma preventiva !!!(lembra-te algum país?) e a forma sobranceira como se comportam perante os novos países da adesão, como se viu aquando do início da guerra no Iraque.
quanto aos emigrantes, eu felizmente não sou responsável pela condução da nossa política, mas acho que lentamente estamos a ser capazes de criar condições para uma melhor e mais justa integração (há muitos ucranianos nas obras, mas também há cada vez mais nas escolas e como médicos nos hospitais...)
e apesar de tudo, não temos 20% da população a aderir a teses de extrema direita xenófoba e ultra-nacionalista, como aconteceu na França nas últimas eleições presidenciais.

abraço.

corto maltese disse...

embora continue a pensar que a classe política (aliás como referi no meu texto), é apenas uma pequeníssima parte (mas se calhar das mais representativas, concordo)da história e massa crítica de um pais; acho que apesar da frase, ideia , pensamento ou o que raio é que aquilo foi do Monsieur Chiraq, não foi a França que legitimizou uma guerra carnificida, que entope todos os dias, 5 a 10 minutos os telejornais; nem muito menos se continua a afirmar eterna aliada do pais que lançou mediaticamente as bombas atómicas em tempos idos.

gostaria no entanto de salientar que um pais é muito mais do que as medidas políticas implementadas, ou tentadas implementar, no mesmo. Como felizmente se está a ver em França.

A proclamada força do monsieur le pen é tambem explicada pela baixa adesão às urnas, consequência do desinteresse e afastamento entre as pessoas e a política; mas isso para mim é um "fait-divers" e revela que o pais é muito mais do que isso.

ab

Arquivo do blogue

Com tecnologia do Blogger.