
Estou muito longe de ser um melómano. Nem sequer tenho muito o hábito de assistir a concertos ao vivo. Mas influenciados pela paixão e pelo entusiasmo da minha cunhada H., eu e a A. (ou de forma mais cavalheiresca, a A. e eu) lá tirámos os rabos do sofá, deixámos o puto nos avós e fomos ver este grupo com nome de arma de assalto.
Para além das 2 ou 3 músicas que conhecia da rádio, não sabia bem o que esperar nem como catalogar o género musical. Para tentar evitar o post tipo lençol posso dizer-vos desde já que o concerto foi excelente e que, numa comparação necessariamente simplista, "A Naifa" está para o fado como os "Gotan Project" para o tango. Uma abordagem desempoeirada, com base electrónica, de poemas fora do comum, sussurados, falados e cantados por uma vocalista (Maria Antónia Mendes) que é um portento de voz e interpretação. Em relação aos restantes elementos do grupo, e confirmando as suspeitas que se foram avolumando ao longo do espectáculo, descobri no final que o baixista é o Aguardela, aquele tipo dos Sitiados (???) que parecia estar constantemente speedado, e o guitarra clássica é o Varatojo, o dos Despe e Siga (???), grupos não propriamente sinónimos de música de alta qualidade.
Ora, esta situação força-me a ponderar com mais cuidado a forma excessivamente crítica como olho para alguns performers da actualidade. Quem me pode garantir que daqui a alguns anos não estarei a assistir com gosto a um concerto do João Pedro Pais? Ou dos EZ' Special? Confesso que isto me inspira algum medo...
1 comentário:
Por acaso tenho curiosidade em conhecer melhor esta banda porque gosto das músicas que tenho ouvido na rádio. A sonoridade e a voz dela têm "marca registada"...
Enviar um comentário