os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse
3.4.07
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5 comentários:
Com toda a suavidade de movimentos de que era capaz, rodou lentamente o corpo no sofá. Debaixo da pequena manta nem notara o frio. Teria vindo assim tão de repente? Estremeceu com um arrepio quando se levantou, tentando habituar o corpo àquela nova posição. Tropeçou nos chinelos, e por pouco não caía sobre o copo e o prato com as cascas dos tremoços que conviviam com as 4 garrafas de cerveja vazias.
Sorriu fugazmente, congratulando-se em silêncio por, meio bêbado, não ter levado aquilo tudo à frente e ter de passar o resto do dia de joelhos a limpar. Um ligeiro estalido nas costas seguido de volumosa mas silenciosa eructação fê-lo parar por instantes. Foi assaltado por uma dúvida: será que estes gases vão sair todos por cima? ou teria que urinar sentado para não ter que lidar com gases húmidos?
Deu um traque com um encolher de ombros que denunciava que isso lhe era totalmente indiferente, embora no subconsciente temesse o desconforto desses momentos.
Abominava em especial sentir-se borrado, a falsidade do traque húmido, o peso ruídoso desse incómodo.
Para quê dizer à mulher eu depois lavo ou havemos de comprar umas fraldas descartáveis para estes dias?
Se havia algo que tinha aprendido na vida, era que aquela dose de cerveja e tremoços era suficiente para lhe dar a volta à tripa. Também não deveria esquecer o Guronsan, para não ter de faltar ao emprego no dia seguinte.
Deu facilmente com a porta do quarto de banho (os recem-casados têm casas muito pequenas), entrou e sentou-se na sanita. Puxou as abas do roupão para cima, dobrou os braços sobre o abdómen e esperou, enquanto revia mentalmente as melhores jogadas do jogo Benfica-Porto, decidido a enganar o frio e esforçando-se por identificar onde a sua equipe havia falhado.
Um som estranho fê-lo olhar por entre as pernas. Estupefacto, naquele quarto mal iluminado pela fraca luz da única lâmpada que ainda funcionava, viu uma bosta mole e fumegante, caprichosamente suspensa na parte de trás do roupão que não havia puchado completamente para a frente.
Sem saber muito bem porquê, parou como que hipnotizado a observar o inesperado bailado. O roupão, parcialmente molhado, impedia movimentação segura, e o identificado pastel como que o olhava sobranceiro, negando-se a seguir o seu curso natural.
Olhou de soslaio o espelho, tinha um ar cansado.
Por fim, depois de minutos de indecisão, segurou com uma das mãos as abas do roupão, abriu as pernas sobre a sanita e com a outra mão na vassourinha orientou o inesperado visitante para a sanita, no meio de impropérios heptassilábicos.
Quando o grosso do volume deslizou, endireitou-se e com um alívio heróico, tirou o roupão com a delicadeza com que se constroi um castelo de cartas, evitando qualquer contacto destes com as pernas glabras.
Tal esforço vitorioso deixou-o de bem consigo. Nem um pingo de merda nas pernas. Saíu com pequenos passos, as calças nos tornozelos, uma mão contra a parede e a outra esticada com o roupão pela alça de pendurar.
Disse olá à gata, que se limitou a levantar ligeiramente a cabeça e a olhá-lo de lado quando ele ligou a luz da varanda, para atirar o roupão para dentro do tanque.
Das prateleiras, apesar do vazio desconsolado, parecia emanar um cheiro agradável, dos sabões que a empregada (como era mesmo o seu nome?) tinha ali deixado na semana passada.
Puchou as cuecas e as calças do pijama para cima, depois de confirmar vitorioso a ausência de danos colaterais. Pegou numa toalha da roupa corda de secar. Lavou as mãos e a cara no lava-louça da cozinha e voltou ao sofá da televisão onde uma apresentadora se entretinha a promover um creme para a celulite. Desligou. O seu reflexo no écran pareceu-lhe o de um prosioneiro de um qualquer filme de Hollywood.
Levantou-se, coçou as virilhas, deu um arroto e outro traque sonoro e foi-se meter frio, na cama quente onde a mulher fingia dormir.!
Politicamente incorrecto, com algumas partes de gosto no mínimo duvidoso, mas absolutamente perfeito escatologicamente falando.
Escatológico: que se refere à teoria ou ciência que se debruça sobre o fim da humanidade e do mundo
Escatologia tem 2 significados possíveis:
1-skatós:excremento +logos:tratado------>tratado dos excrementos;
2-éschatos:último + logos:tratado------>parte da Teologia que se refere às coisas que deverão suceder no fim do mundo
Pró caso...!!!!
Lembra-te OHHHH! Home! Kés pó!
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