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4.5.07

A China.

Da edição da semana passada do Courrier Internacional...

Há décadas que a política dos EUA, e mais recentemente também da UE, em relação à China se baseia na premissa de que estimular o seu desenvolvimento económico vai resultar em alterações positivas no sistema político. Segundo um discurso de Bush ainda enquanto governador do Texas, "...a liberdade económica cria hábitos de liberdade. E os hábitos de liberdade suscitam expectativas de democracia".
Esta ideia parte da teoria do "mundo plano" de Thomas Friedman, a partir da qual é razoável esperar que se "eles" querem a mesma coisa que "nós" então "eles" vão tornar-se como "nós".
A isto, James Mann (apresentado como um especialista em relações sino-americanas) chama "a ilusão Starbucks", defendendo que não é por os chineses comerem no Mcdonald's ou beberem café da dita marca que o seu sistema político se tenderá a parecer com os nossos. Tudo porque a nova vaga de classe média urbana de chineses, principais beneficiários da situação actual, podem ter interesse em manter o regime como está evitando assim reformas políticas que possam alterar o status quo social e económico.

Quando os governos ocidentais escolhem fechar os olhos ao repressivo regime político chinês, ou aos seus milhares de condenados à morte (sendo que até crimes fiscais podem merecer esta pena...), ou ao recurso a mão-de-obra infantil, ou ao apoio chinês a ditadores como Mugabe, etc..., chamamos a isto pragmatismo político e vamos aceitando porque nos favorece economicamente e em parte porque acreditamos (ou dizemos acreditar...) que esta transigência vale a pena porque mais cedo ou mais tarde irá resultar numa democratização da China.
James Mann deixa no ar a inquietante hipótese de a China não mudar e assim se poder tornar num exemplo a seguir por outras países e ditaduras por esse mundo fora.

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