Para a maioria dos tipos que como eu tenham nascido e sido criados no Porto, o orgulho nas coisas boas da cidade é um sentimento quase inato que nos toma de assalto sem o cuidado polido dos avisos prévios e logo que cambaleando damos os primeiros passos e abrimos os olhos para o que nos rodeia.
No meu caso e com o passar dos anos este sentimento foi-se modificando, perdendo aquele componente grunho e bacoco do regionalismo futebolóide, mas sem nunca verdadeiramente esmorecer.
Podia falar daquela luz cinzenta enevoada que por vezes parece cobrir a cidade ou do labirinto tortuosos de ruas e ruelas onde séculos de história nos espreitam a cada esquina. Ou talvez encher linhas e linhas de texto acerca da alma tripeira e suas peculiaridades. Resisto contrariado a debruçar-me longa e fastidiosamente sobre as francesinhas e as tripas à moda ou a adjectivar superlativamente a Ribeira, o Parque da Cidade, a Casa da Música e a Foz.
Este post serve apenas para dizer que este fim de semana serviu para confirmar algo que já sinto há muitos anos: Serralves, com a sua fundação, museu e acima de tudo com aquele parque fabuloso, é o meu sítio preferido, tanto assim que sempre que lá vou saio com a alma lavada e com uma sensação, infantil eu sei, de orgulho.
os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse
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2 comentários:
Também lá estive este fim de semana, e embora não goste muito de enchentes, gostei de ver, não só muitas crianças, mas também muitas pessoas novas, 20...30 anos.
De facto, concordo contigo, serralves pode não ser a alma do Porto, mas é sem dúvida uma nova maneira de o olhar e sobretudo de o viver.
Curioso é pensar que esta inversão de (vi)ver Serralves deu-se sobretudo após a construção do museu do tio Álvaro. Antes eram relativamente poucas as pessoas que frequentavam aquele espaço. Com a sua impressionante casa côr-de-rosa - Marques da Silva. arq.
A propósito, li algures que a semana passada o Alberto do Mónaco veio a Serralves, recolher informações sobre como funciona a Fundação e o Museu. Impressionado com o sucesso da parceria entre o estado e os privados, quer reproduzir este modelo para o Mónaco.
Isto só prova que quando as coisas são bem planeadas e estruturadas, a probabilidade de sucesso aumenta exponencialmente.
Curiosamente em Lisboa os principais museus de arte contemporanea devem a sua existência (e o seu nome) a mecenas unipessoais: Fundação Calouste Gulbenkian e CCB (leia-se Centro Cultural do Berardo ou Centro Colecção Berardo). Porque será?
Wolverine, sou gajo nado e criado em Lisboa e amo a minha cidade como amas a tua. Também eu fui perdendo ao longo do tempo a ideia tonta e sem mundo de "o resto é paisagem". Aprendi a gostar da tua cidade e, principalmente, da gente da tua cidade. É muito bonito o Porto e muito mais haveria a acrescentar à tua lista (e não falo da magnífica estátua da rotunda da Boavista...).
Corto, não me leve a mal, mas aquele último parágrafo do seu comentário...
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