daqui a umas semanas maria de lurdes rodrigues hoje em dia conhecida como ministra da educação vai descobrir um cansaço ou uma falta de motivação ou uma necessidade de se proteger a si mesmo ou melhor ainda à sua família de todo este mediatismo.
pesaroso e sempre elogioso do trabalho por ela realizado josé sócrates estará a seu lado agradecendo a sua dedicação e negando naturalmente que esta situação signifique uma inflexão no nobre caminho a prosseguir pelo ministério da educação. uma estranha coligação de gente com sobrenomes variados assim tipo nogueira e alegre e louçã e portas vai surgir e conseguir ao mesmo tempo e com a mesma cara dizer que era a única maneira e que ela já era parte do problema e não da solução e desejar que tudo mude para que tudo fique na mesma. vamos ouvir professores e alunos e pais e comentadores variados nos canais abertos e nos canais fechados a passar uns dias a dissecar a coisa dissertando pela enésima vez numa qualquer versão do prós e contras com uma qualquer fátima campos ferreira a interrompê-los. vamos descobrir que o busílis estava na falta de método da senhora e na falta de capacidade da senhora para comunicar e na falta de capacidade da senhora para motivar os profissionais da classe sem a qual nenhuma reforma educativa pode chegar a bom porto. ou muito me engano ou também vamos descobrir, possivelmente por estas mesmas pessoas, que surpresa das surpresas, o legado da senhora terá enfim olhando com jeitinho e bonomia uma ou outra coisa medianamente positiva, como a estabilidade plurianual do corpo docente nas escolas ou a colocação a tempo e horas dos professores nas escolas ou o encerramento das escolas quase sem alunos e quase sem condições ou a introdução do horário completo nove às cinco nas escolas ou o inglês e a música nas escolas ou o aumento das refeições nas escolas.
vamos talvez relembrar ao de leve que algumas destas medidas andam a ser exigidas desde que o mundo é mundo e vamos talvez relembrar ao de leve que talvez tenhamos visto há pouco tempo um filme com um enredo parecido mas com outro actor, perdão, ministro, e vamos talvez pensar ao de leve em conceitos como ter boa ou má imprensa e ser ou não ser bode expiatório.
adenda: diz-me um grande amigo que este modelo de avaliação é mau e eu acredito. digo eu que isso sendo importante não deixa, ao mesmo tempo e sem contradição, de ser acessório.
e não, não estou a falar só dos professores. podiam também ser juízes ou médicos ou engenheiros ou enfermeiros ou etc. estou sim a falar, ou na realidade a escrever, sobre uma mentalidade que acha ainda e sempre que o mérito é um conceito malino e maligno inventado por neoliberais para facilitar despedimentos e conter custos e que avaliar sim mas de preferência o conjunto e não indivíduo a indivíduo porque isso como está bom de ver diferencia as pessoas e porque isso discrimina as pessoas e porque isso pode até magoar as pessoas. avaliação sim mas assim não, podia bem ser o lema de um país que (tal como muitos outros que eu cá não tenho essa mania que nós por cá somos maus mas lá fora é que é...) "nem se reforma nem se deixa reformar".
os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse
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1 comentário:
Faço aspas e subscrevo!
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