os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse

27.2.06

Uma no cravo, outra na ferradura

No seguimento da polémica dos cartoons (ou cartunes na brilhante adaptação à lingua camoniana) e no seguimento do debate dela decorrente acerca da liberdade de expressão e da conveniência ou não de eventuais limites a este direito, logo houve quem chamasse à liça a proibição vigente em alguns países de manifestações anti-semitas e leis anti-negação do holocausto. Como uma desgraça raramente vem só, quis o destino que fosse por esta altura conhecido o desenlace do julgamento de David Irving, historiador famoso pelas suas rebuscadas (e pelo menos para a esmagadora maioria dos europeus, a raiar a loucura) teorias de negação do holocausto. Um tribunal austríaco condenou-o recentemente a 3 anos de prisão.
Confesso que já tencionava abordar este tema, pela contradição óbvia que encerra numa altura em que por toda a Europa inúmeras vozes se levantam a glorificar a liberdade de expressão como expoente máximo da diferença e superioridade do Ocidente, mas acabo de ler aqui um texto que diz aquilo que eu também sinto e de uma forma que eu não seria capaz:

«It is hard to see what the Austrian court's sentence can add to that. Keeping Mr Irving in jail at most may stop him going to a conference that Mr Ahmadinejad is convening to ?rewrite and revise? the history of the holocaust. But against that small plus are two big minuses. One is that the sentence makes Mr Irving look a martyr. The other is that it makes the West look hypocritical: all too willing to bruise Muslim feelings, while protecting Jewish ones by law.Laws against holocaust denial (which 14 countries have) were never a good idea. The best defence against neo-Nazis is reason and ridicule, not the criminal law. But at a time when the western world is battling to defend free speech against religious zealotry, they look particularly indefensible. It is punishment enough for Mr Irving that he has lost his professional credibility. He should not lose his liberty too.»
(The Economist, 23 Fevereiro de 2006)

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