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Noutro dia encontrei a Paula em Serralves.
Pois é, Serralves. Serralves é daqueles sítios que é para se ir descobrindo. No meu caso, e já lá vão uns valentes anos, não foi uma paixão violenta, cruel, ofegante que me prendeu a serralves, foi mais um deslumbramento sereno, talvez inconsciente.
O que me surpreende sempre que lá vou, é a capacidade que aquele museu, aquele espaço tem de (se) ir mudando.
Há uns dias atrás fui lá almoçar, aliás é engraçado este conceito de ir almoçar a um museu, e ao passar por aquele grande átrio de distribuição, logo à entrada, deparei-me com o tão publicitado políptico (7 quadros) pintado(s) pela Paula Rego, que alguns mecenas, instituições e privados, ofereceram ao museu. Mas mais do que esse facto, ou seja, de nos ter sido dada a oportunidade de vermos aquela(s) obra(s), gostei especialmente de como está montada a exposição. Isto porque, para se verem melhor os quadros, devem-se subir as escadas de acesso ao restaurante e olhá-los de cima.
O mais engraçado foi a sensação com que fiquei ao olhá-los de novo, já depois do almoço, com mais atenção. Pareceu-me que aquela mulher, representada nos quadro, que se mexe e revolve num sofá, à procura de posição, assim como do seu equilíbrio interior; também ela parece estar a habituar-se ao museu, à sua nova Casa.
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