Desde que tal me é legalmente permitido votei sempre. Nas diferentes eleições e até naquelas duas tentativas de referendo popular, que tendo em conta a baixa participação acabaram por se revelar impopulares. Nunca o fiz particularmente entusiamado com as opções disponíveis. Já votei no mal menor, já votei no único de jeito, já votei em branco. Já fiz votos de protesto. Já votei em ideias, em partidos, em caras e corações.
Mas nunca como agora tive tantas dúvidas sobre o meu voto. Bem sei que não será muito importante. Afinal é só 1 voto em vários milhões. Mas é o meu voto e é o único que tenho, e isso basta para me deixar angustiado.
Na minha opinião só há 3 opções lógicas nestas presidenciais: Cavaco, Alegre ou Soares. Independentemente de se olhar para o PR como homem do leme ou mero corta-fitas, acho que neste momento estas eleições são importantes na exacta medida em que afectem a acção do Governo, que com as virtudes e os defeitos já demonstrados, é quem tem a responsabilidade exclusiva de nos tirar do atoleiro em que nos metemos/meteram nos últimos anos.
Assim sendo, é para mim um tiro no pé votar Alegre porque depois de todo este processo fraticida com o PS e o próprio PM, os anticorpos serão muitos de ambos os lados, com as inevitáveis consequências ao nível da sacrossanta estabilidade e cooperação institucionais.
Votar Cavaco é um sapo que não vou engolir. Visceralmente falando não gosto do homem e acho que não tem minimamente o perfil indicado para a função. No entanto (e acreditando que é esse o seu objectivo...) pode de facto ser o candidato melhor colocado para garantir um clima político-económico mais favorável e maior estabilidade numa perspectiva global do nosso espectro partidário. Além disso, quando me lembro de nomeações como Fernando Gomes, Oliveira Martins e Armando Vara, confesso que me agrada a ideia de contra-peso, de checks and balances que poderia exercer relativamente à maioria PS.
Votar Soares...para mim seria a opção mais natural, mas a própria candidatura é em si mesmo contra-natura. Ele tinha toda a razão quando disse "BASTA". Este não é nem o momento nem o contexto indicados para Soares. Acho que não viria acrescentar nada de novo, e não estou disposto a resignar-me a isso.
Passo deste modo a anunciar que no dia 22, quando exercer o meu direito de voto, vou dispensar o uso da esferográfica. Com plena consciência que nas circunstâncias actuais isso favorece Cavaco e uma decisão à primeira volta.
P.S.- mas vai ser muito duro aturar o gajo durante 10 anos...
os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Arquivo do blogue
-
▼
2006
(207)
-
▼
janeiro
(25)
- Pergunta de resposta óbvia
- A ressacar...
- E nós, queixamo-nos de quê?
- Simply the best
- Comentário certeiro
- Irónico versus Racional
- Carta a um amigo
- Não à discriminação?
- Não à descriminação
- A minha primeira vez
- Nascimento
- Sem título
- O Púdico
- O poder no feminino
- Nascimento e morte
- Notas soltas sobre as eleições
- Ai os homens...
- Clemência!
- O meu voto
- Afundação
- O que é nacional é bom (ii)
- O que é nacional é bom.
- Laicos? Nós?
- Simplesmente genial
- A 1ª vez
-
▼
janeiro
(25)
Acerca de mim
Com tecnologia do Blogger.
Sem comentários:
Enviar um comentário