os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse

31.1.06

Pergunta de resposta óbvia

A pergunta que nos assalta todas as semanas - "Qual o próximo adversário do FCP?" - deixou de fazer sentido...

A resposta é óbvia: "Co Adriaanse!"

A ressacar...

Escrevo apenas para explicar um pouco o meu silêncio...
Confesso: Estou a ressacar de uma certa dose de internet que andei a "tomar" nos últimos anos. Ainda esta coisa dos blogues estava a dar os primeiros passos e já eu surfava de blogue em blogue, quer fosse de gente conhecida quer não, tudo devido a um amigo que, em conversa no messenger me disse "queres ir ver o meu blogue?". As ligações levavam-me de posta em posta, de tema em tema, do bom ao fraco regressando de novo ao bom e por vezes ao muito bom...Quando me apercebia, já tinha ido, pelo menos, uma horinha "à vida" só em leituras destas... Além dos blogues, surfava pelos imprescindíveis sítios oficiais de alguns jornais quer generalistas quer desportivos. Nestes últimos, o vício era tal que dava comigo a ler a entrevista do mais recente reforço ou do jogador insatisfeito que os jornais gostam de colocar nos períodos de pausa de competição chamando para a primeira página com o subtítulo de "entrevista exclusiva" para manter o volume de vendas.
Mas havia mais... Até em sítios de jogos on-line andava... Ele era cartas, damas, xadrez, batalha naval, snooker... E tenho a certeza que só não me perdi por canais de chat porque tenho uma mulher que me faz feliz e por isso, a época de caça acabou há quase 5 anos... (Se não fosse por ela acho que seria pela lição de um eventual susto num blind date...rag)
Como ninguém vive de ar e vento, comecei a tentar disciplinar-me, pois sou facilmente viciável - segunda confissão... Mas custava respeitar as regras da disciplina e, para agravar as coisas, resolvi organizar uma competição baseada num jogo on-line que vocês meus caros sabem do que estou a falar... Aí é que eu me perdia verdadeiramente nos primeiros tempos...
Este ano, para tornar a coisa mais facilmente acessível, criou-se um sítio e um blogue. Alguns membros ajudam, mas tem sido difícil libertar-me das "obrigações" de uma governação do tipo presidencialista. Faço-o por gosto, mas que dá trabalho lá isso dá.
Bem, mas pensando em concluir este blablabla que já vai longo, ando um pouco cansado de escrever e ler coisas na net. Claro que a este cansaço não é alheia a vida desgastante em que me meti desde Setembro último... Como se já não bastasse ter escolhido o nordeste para trabalhar desde há 2 anos, agora ainda acumulo em terras minhotas leccionando duas disciplinas novas... Viver no P., trabalhar no NE, trabalhar no M., concluir um mestrado que já tem bolor, namorar com uma ragazza da P.V. e ainda tratar de aulas, criação de exames, vigilância e correcção dos mesmos tem-me provocado um certo desgaste e quem tem pago é a net e o meu carro que já vai a caminho dos duzentos mil quilómetros em cinco anos e meio...
Vou tentar aparecer mais vezes, mas não prometo nada porque sei no que me meti e até Julho não está fácil...

P.S. - O melhor remédio que encontrei até hoje para superar os vícios de que vos falei foi sem dúvida ter que trabalhar e cumprir prazos. Ter uma pilha de trabalho na mesa é remédio santo...

E nós, queixamo-nos de quê?

Partilho do sentimento, cada vez mais comum na sociedade, de desencanto em relação à maior parte da nossa classe política. Mas há momentos em que algo acontece que me leva a contextualizar a nossa situação e a relativizar os muitos defeitos que os políticos cá do burgo se vão esforçando por manter escondidos. Ler notícias sobre aquele estranho fenómeno que dá pelo nome de Silvio Berlusconi é um desses momentos.
Il cavaliere voltou a demonstrar que é de facto um caso à parte neste sábado à noite quando, ao ser elogiado por um padre pelos vistos muito mediático (será tipo o nosso Melícias? ou talvez mais do estilo do Borga...?) pela sua oposição ao casamento entre homossexuais e defesa dos valores de família, decidiu ultrapassar novamente a fronteira da total falta de decoro/vergonha na cara e prometeu ao referido padre dois meses e meio de completa abstinência sexual, até 9 de Abril, data das legislativas.
A mesma notícia trazia também referência à afirmação feita neste verão pelo Sr.Silvio, de que tinha usado as suas tácticas de playboy sedutor numa reunião com a Presidente da Finlândia...

Digam lá se perante isto alguém pode ter vontade de falar mal de Sócrates ou de Cavaco?

30.1.06

Simply the best

Já ouvi várias vezes a tese de que quem não viu jogar equipas como o Brasil de 1970 e 1982, a "Laranja Mecânica" de Cruyff, ou jogadores como Pelé e Eusébio não sabe o que é bom futebol.
Já ouvi essa mesma tese ser aplicada a Muhammed Ali no boxe, a Fangio no automobilismo, a Eddie Mercks no ciclismo, a Rod Laver no ténis, a Wilt Chamberlain no basket.
Pois bem, eu, que estou naquela fase da vida em que somos jovens para os que nos vêem de cima e já pró cotas para os que nos vêem de baixo, não tive o privilégio de ver nenhum destes monstros sagrados. Mas, mesmo assim, não acho que tenha ficado a perder.
Vi o incomparável Diego Armando Maradona de 1986, vi Michael Jordan, vi Schumacher, vi Lance Armstrong. E virando a agulha para o desporto que mais pratiquei na vida, posso dizer com orgulho, que vi jogar "Pistol" Pete Sampras, o tenista que mais títulos de Grand Slam conquistou (14).
Mas nos últimos anos temos assistido ao aparecimento de um novo campeão, um rapaz suíço, simpático e introvertido, chamado Roger Federer, que se tem imposto no circuito mundial de uma forma que raia as fronteiras do impossível. Num desporto em que não há companheiros de equipa que possam disfarçar maus momentos de forma, os últimos 3 anos têm sido completamente dominados por ele. Com um registo anual de derrotas que se contam pelos dedos de uma só mão, com títulos ganhos em todas as superfícies do jogo, e principalmente com o absurdo recorde de 7 finais de torneios de Grand Slam - 7 vitórias, Federer parece estar (aos 24 anos) a caminho daquele patamar de imortalidade a que só os verdadeiramente grandes podem aspirar.
Pelo prazer que me dá vê-lo jogar, fica o registo e a homenagem.





Comentário certeiro

Rio Ave 0- Porto 0...Mais um mau resultado acompanhado por uma péssima exibição e uma disposição da equipa em campo que funciona tão mal que nem merece o nome de táctica. Este Sr.Co, que nos últimos dois jogos foi verdadeiramente treinador de bancada (por castigo e pela incompetência que demonstrou), continua paulatinamente a sua cruzada de erradicar do onze inicial qualquer jogador que tenha um "cheirinho" a mística, tendo a sorte desta ocasional roleta russa, sem nexo ou consequência, bafejado o Pedro Emanuel e o Baía.
De tal forma vai o andor que quando o repórter da TVI chamou para a flash interview (que raio de nome tão pomposo) o capitão do FCP, Paulo Assunção (!!!!), a Ana, que já vai percebendo algumas coisinhas à custa de alguns anos de convívio com este grunho que ora vos escreve, teceu o seguinte e lapidar comentário: "capitão? mas quem é este?" , resumindo assim 6 meses de reinado holândes.

Irónico versus Racional

Caro Sr. Doutor, caro Sr. Provocador, caro Sr. Engenheiro e demais leitores do blog.

Embora seja apologista do direito ao contraditório, e sem me querer imiscuir no "ménage a deux" de dois dos nossos "bloguistas", parece-me importante referir que o "e então" é para ser utilizado, sobretudo quando as questões começam a ser pessoais, senão a nossa página principal deixará de ser legível devido à dimensão dos comentários.

Relativamente ao tema, parece-me que ele é muito mais complexo do que uma simples abordagem explicativa de cada ponto de vista, embora esteticamente percebo o fascínio visual que a comunhão entre dois corpos femíninos provoca nos machos.

É igualmente interessante observar que a auto-proclamada permeabilidade inicial relativamente ao estilo da linguagem, se tornou num dos principais motivos de discordância, e que as questões do léxico podem tornar uma mensagem aparentemente irónica numa indefinição ideológica.

abraços enormes a todos e a todas

Carta a um amigo


Caro JB

Deixa-me primeiro respirar fundo antes de te responder...

Para melhor compreensão, vou tentar esquematizar as minhas ideias seguindo a ordem paragráfica do teu post...

Ponto 1- "fiquei surpreendido com a forma vulgar como abordaste o tópico"...bom, começo por chamar a tua atenção para os conceitos de ironia e cinismo que me parecem ser de tal forma óbvios no meu post original que achei desnecessário mencioná-lo num eventual post scriptum. Pelos vistos, enganei-me.

Ponto 2- "brincadeira algo confusa e de gosto duvidoso..."
Não sou partidário da tese de que há temas com os quais não se deve glosar. Em relação ao gosto e à confusão do post, só me apraz dizer-te que quem escreve (quer seja uma nota para afixar no frigorífico ou uma crónica opinativa para por num blog) está naturalmente sujeito à apreciação de quem lê. A escrita é tão subjectiva como a sua interpretação. Nada mais natural...

Ponto 3- "Fiquei sem perceber se és realmente a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo ou não"...
Tal como disse num dos trechos "sérios" do post original, sou 100% a favor. Ponto. Olho para o casamento como contrato/opção de vida, um acto voluntário entre duas pessoas maiores de idade. Assim sendo não cabe nem ao estado nem a qualquer credo religioso interferir.
Quando dizes "O argumento de que o casamento entre pessoas do mesmo sexo deve ser um direito válido apenas para as mulheres é sem dúvida inovador... mas escapou-me o seu racional... Também não percebi de que forma as imagens que colocaste ajudam na discussão...",
sinceramente custa-me a acreditar que alguém com tanto "mundo", tão vivido como tu, não perceba que não há nada de racional nesses meus comentários, mas tão somente uma brincadeira e uma provocação.
Agora se me estás a dizer que as imagens que coloquei no post original, que pertencem a uma cena quase poética de tão sensual que é, do Mulholland Drive, (o que não tenho dúvidas que imediatamente identificaste), te provocam a mesmíssima reacção, e atenção que falo de sensações espontanêas e não de racionalizações, que por exemplo as cenas de um Brokeback Mountain, então digo-te que é natural que não compreendas "os arrepios e naúseas", termos obviamente referentes a um contexto tão exageradamente homofóbico, que volto a insistir, me parece evidente não ser para tomar à força da letra, mas sim claramente irónico.

Ponto 4- falas da tua perplexidade perante os "frequentes desabafos e piadas sobre os "paneleiros, e os rabos, e os ..." e acrescentas que "parece-me uma fobia reveladora de um certo atavismo social/cultural". Concordo a 100%. Muitas vezes reproduzimos terminologia que mesmo a brincar vai alimentando alguns preconceitos latentes na sociedade.
Rabetas, fufas, pretos, ciganos, monhés, chinocas, entre outros são exemplos destes maus hábitos de linguajar. Estou certo que tu não os usas, nem a sério nem em tom jocoso. Eu, mesmo tendo plena consciência do erro, confesso que às vezes fraquejo. Tentarei no futuro falar só de senhores ou senhoras com preferência romântica/sexual por pessoas do mesmo sexo (posso só dizer homossexuais, ou também achas que já tem uma carga pejorativa?), indíviduos de etnia africana, ou pertencentes à raça cigana, ou de origem indiana, ou de ascendência chinesa.
Não terás porventura à mão um comprimido que me transforme, tipo abracadabra, num homo sapiens 100% politicamente correcto?

Ponto 5- como a "redenção das leviandades" que escrevi já vai longa, passo agora ao tema que não abordei mas que tu, tão suavemente introduziste na discussão: "a possibilidade de casais gays adoptarem crianças". Para evitar causar-te dúvidas, aviso desde já que estou a falar o mais seriamente que me é possível.
Tu és 100% contra. Eu sou a favor. Não atribuo aqui percentagens porque de facto o assunto é delicado e vejo muitas áreas cinzentas e poucas a preto e branco. Achas que um casal por ser gay vai interferir com a liberdade de uma criança que crie? Não compreendo. Achas que a criança vai ser induzida, mesmo que inconscientemente e involutariamente, a ser também ela gay? E a ser verdade, isso também não acontecerá numa criança criada por um casal hetero? Não terá ela tendência para ser hetero? O facto de achares que um casal hetero garante a liberdade e os direitos da criança e que um casal gay não o pode fazer, constitui, desculpa que te diga, um juízo de valor sobre a normalidade de ser heterossexual versus a anormalidade de ser homossexual.
E já agora, que achas de adopção por pais ou mães solteiros? Achas que só casais devem poder adoptar? Achas que uma criança fica melhor entregue à guarda de uma qualquer instituição privada ou estatal e que alguém, só por ser solteiro, não poderá proporcionar um lar feliz e um ambiente saudável?

Sabes, caro JB, é que se a tua resposta for como a minha (que não vejo razão para uma pessoa solteira não poder, só por esse facto, adoptar), posso então admitir, no seguimento do teu raciocínio sobre os casais gays, que se o/a pessoa solteira for homossexual, então não deve poder adoptar?

A tua opinião sobre este tema "parece-me uma fobia reveladora de um certo atavismo social/cultural, mas quem sabe se sou eu que estou enganado...".

Eu não acho que a sexualidade deva gerar descriminação. Nem no casamento. Nem na adopção. Para todos os tipos de casais. Ou pessoas solteiras. Ponto. A sério. Sem ironias nem cinismos.

P.S.- agradeço a "hipótese" que me deste para me "defender".
Espero que te seja perceptível o que é dito a sério e o que é provocação.
Um abraço enorme.

29.1.06

Não à discriminação?

Caro Wolverine,

Se o post anterior não estivesse assinado, não acreditava que tivesses sido tu o autor... Quando comecei a ler pensei que irias pegar num tema sério e ... falar a sério ... mas devo dizer que fiquei surpreendido com a forma vulgar como abordaste o tópico.

Pensei que irias argumentar acerca da urgência do tema da legalização do casamento entre homosexuais, e que quererias chamar a atenção para a causa da Lena e da Teresa... ou, pelo contrário, que irias ridicularizar o acto demagógico de 2 meninas que de inocentes devem ter pouco e que apenas pretendem (re?)lançar o debate sobre o dito tema (estando implícito que depois da primeira batalha, se seguiria uma outra referente à possibilidade dos homossexuais adoptarem crianças)... Na realidade o que li pareceu-me uma brincadeira algo confusa e de gosto duvidoso...

Fiquei sem perceber se és realmente a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo ou não... A certo ponto afirmas que apoias a causa da Lena e da Teresa, mas logo de seguida acrescentas que casamento entre 2 homens nem pensar porque os "paneleiros te dão arrepios e náuseas"?... O argumento de que o casamento entre pessoas do mesmo sexo deve ser um direito válido apenas para as mulheres é sem dúvida inovador... mas escapou-me o seu racional... Também não percebi de que forma as imagens que colocaste ajudam na discussão...

Confesso que fiquei sem perceber se o que escreveste reflecte realmente o que pensas (acho que não!), ou se estavas apenas a tentar ser engraçado...

Para esclarecer a minha posição, devo dizer que sou 100% a favor do casamento entre homosexuais... Penso que é um direito que lhes assiste sobre o qual eu não tenho nada que interferir... Mas no que respeita à possibilidade de casais gays adoptarem crianças, sou totalmente contra, pelo mesmo princípio... é que neste caso a sua liberdade interfere com a liberdade/vida dos outros (leia-se das crianças).

Aqui entre nós, confesso-te que fico perplexo com os frequentes desabafos e piadas sobre os "paneleiros, e os rabos, e os ...". Na verdade, já ouvi desabafos homofóbicos de colegas do trabalho (desde administrativos a directores), colegas do MBA, amigos, familiares, ricos, pobres, com maior educação, sem grande educação, citadinos, rurais, portuenses, lisboetas, portugueses, não portugueses, etc. ... parece-me uma fobia reveladora de um certo atavismo social/cultural, mas quem sabe se sou eu que estou enganado...

Escrevo estas linhas para colocar o tema sob uma perspectiva mais séria, que eu acho que ele merece... e, também, para te dar uma hipótese de te defenderes (que eu sei que vais fazer) e te redimires das leviandades que escreveste... ou, pelo contrário, argumentar porque é que eu estou a ver mal a coisa...

Aquele abraço

28.1.06

Não à descriminação

Li ontem no Público que duas mulheres portuguesas, Teresa e Lena, se vão casar. Um destes dias vão dirigir-se a uma conservatória acompanhadas pelo seu advogado e declarar a sua intenção de contrair matrimónio (diga-se de passagem que o verbo contrair dá a ideia de que o matrimónio é quase uma doença infecciosa..."pois é, coitado, contraiu SIDA"...ou mesmo..."comeu tanto chili que contraiu uma valente caganeira".
Bom, mas voltemos ao tema...Escusado será dizer que não vão ter sucesso porque o Código Civil não permite casamentos entre pessoas do mesmo sexo, mas como a Constituição garante a não descriminação por orientação sexual vão apresentar queixa no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. O objectivo é "agitar as águas".
Ora eu sou um agitador por excelência. Gosto de picar, de provocar, de acicatar. Sou daqueles que gosta de apontar o dedo. Assim sendo, venho deste modo juntar o meu humilde contributo ao destas valentes fufas lusitanas e deixar dito para a posteridade que sou 100% a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, desde que sejam ambas gajas, já que paneleiros nem vê-los porque me dão arrepios e naúseas. Pensando bem, mesmo as gajas só se forem relativamente boas, senão a coisa torna-se algo deprimente.
Para reforçar os meus argumentos neste tema fracturante, deixo-vos com algumas imagens que mostram bem as vantagens de se ser liberal nesta matéria...





26.1.06

A minha primeira vez

Pois é... o meu primeiro post... tarde mas veio... vinha sentindo uma certa pressão por estar a adiar esta minha entrada na blogosfera... sentia que quanto mais tempo passasse mais insuportável se tornaria essa pressão... mas penso também que esta entrada vai permitir esvaziar o ar do balão e que a partir de agora tudo é possível...

Gostava de esclarecer que irei escrevendo... não sei quando, nem com que regularidade... apenas que irei escrevendo, quando puder e tiver algo para dizer... (caso não tenham reparado continuo a esvaziar o ar do balão...)

A outra questão que me tem atormentado, mas que eu próprio terei de resolver, respeita ao meu próprio estilo de escrita como bloguista... acho que todos analisamos de forma diferente a realidade que nos rodeia, e temos uma forma muito pessoal de a comunicar... penso que nos próximos tempos perceberei que tipo de posts gostarei de editar, e qual é o meu estilo ...

Para a minha primeira vez, resolvi terminar com uma menção ao desporto... sim, porque além de acreditar no mote "mente sã em corpo são", o desporto é um tema intelectualmente fascinante e que me entusiasma muito... Deixo aqui, portanto, algumas imagens que queria partilhar convosco relativas a um estimulante programa desportivo exibido na Argentina, o "Noche de juegos"...






Nascimento


James Howlett. aka Logan. aka Wolverine.

24.1.06

O Púdico


Além de extra-virgem, agora é obrigatório que seja inviolável... ...desculpe!

O poder no feminino





Angela Merkel, Michelle Bachellet, Ellen Johnson-Sirleaf.
E nós por cá? Alguém consegue imaginar uma política portuguesa viva como Primeiro-Ministro? Ou será que ainda nem sequer nasceu a mulher que lá há de chegar?

Nascimento e morte

Tendo concluído que as outras personagens do seu "pai" Júlio não viriam juntar-se a ele, robur o conquistador decidiu, se bem que a contragosto, retirar-se no seu albatroz voador para o limbo imaginário de onde veio.
Venceu a tradição e o conformismo não transformante. Perdeu a capacidade de reinvenção e o esquizofrénico escondido dentro de mim.
Adeus, e paz à sua alma.

23.1.06

Notas soltas sobre as eleições


1- Tal como se esperava e de acordo com todas as sondagens dos últimos meses, Cavaco ganhou à primeira. O facto de ter sido por apenas 0,59% (ou dito de outra forma, o facto de ter tido apenas mais 64 mil votos que toda a esquerda unida) não lhe retira legitimidade, mas não lhe dá a margem de manobra que uma vitória mais expressiva lhe garantiria. Fica a certeza que só ganhou à 1ª graças ao apoio do partido que tratava por "o outro".

2- Alegre obteve um claro 2º lugar (com mais de 1 milhão de votos!), contando com aqueles que se identificaram com o seu programa/discurso, mas também capitalizando, graças a algum populismo, descontentamentos vários: os zangados com Sócrates, os zangados com Soares, os zangados com os polvos partidários, os zangados com Cavaco, os saudosos de Abril e dos discursos de invocação do amor à Pátria.

3- Soares, com os seus 14,3%, tem um resultado que não diminuindo em nada a sua importância para a história do país, mostra aos que ainda tinham dúvidas que os mitos também se abatem. Pagou a factura de não ter percebido que o seu tempo já passou, pagou o desgaste da sua exposição pública nos últimos anos (com opiniões cada vez mais longe do centrão que decide eleições), pagou o facto ser um candidato colado a um governo que tem adoptado medidas difíceis, pagou ,ainda e principalmente, pelos erros de Sócrates e do PS no processo de escolha do candidato. Foi castigado por uma campanha demasiado pró-negativa e demasiado centrada em Cavaco.

4- Em pouco mais de 1 ano, e depois de uma década de líderes moles e pouco carismáticos, os portugueses elegeram primeiro Sócrates e agora Cavaco, dois homens que pelo autoritarismo e pragmatismo (ou será aversão a ideologias?...) que demonstram parecem ser mais parecidos um com o outro do que aquilo que se calhar gostariam de admitir. Tendo em conta que na realidade ambos estão em início de mandato, as ambições legítimas (e óbvias) de assegurarem a reeleição irão provavelmente garantir um clima de estabilidade, já que o sucesso de um implica o sucesso do outro.


21.1.06

Ai os homens...

Segundo uma notícia publicada no Público de hoje, um estudo de âmbito nacional concluiu que mais de metade das mulheres portuguesas sofrem de algum tipo de disfunção sexual, incluindo falta de apetite sexual (belíssima expressão...), dor no acto e/ou problemas de excitação.
Para além de este título ser obviamente uma empolação dos resultados do inquérito (se não se considerar a disfunção ligeira a percentagem desce para 19...) e do facto de o inquérito juntar mulheres entre os 18 e os 75 anos!!! (que convenhamos ninguém espera que andem para aí a pinar como coelhas...), os resultados não deixam de ser preocupantes. A título comparativo, diga-se que segundo este mesmo estudo apenas 23,8% dos homens sofrem de algum tipo de problema sexual.
Mesmo aceitando-se como verdadeiro que a sexualidade feminina é mais complexa que a masculina, só há uma conclusão a tirar. Aparte alguns casos de frigidez consumada e outros relacionados com total falta de atributos visuais desejáveis (aquelas que nem pela pátria marchariam...), metade das mulheres portuguesas podem queixar-se de má assistência técnica por parte das suas contra-partes masculinas.
Após anos a viver à sombra de uma reputação de fogosos garanhões latinos conseguida à custa de facturações em massa de nórdicas louras, altas e mamalhudas, eis que o homem português se vê, em pleno ínicio do século XXI, confrontado com este repto e esta afronta às suas capacidades.
Só tenho pena que nós, ilustres membros do Quatro, estejamos comprometidos e vinculados à exclusividade, caso contrário estou convicto que seríamos gajos para auxiliar a erradicar este problema. Podíamos até plagiar a campanha da Câmara do Porto relativa aos arrumadores e afixar cartazes a dizer:

Caro colega macho incompetente: Não dê...Nós damos por si!

20.1.06

Clemência!



Infelizmente as alternativas não são melhores, por isso evitemos a continuação do espancamento que seria 2ª volta. Até porque os senhores já são velhinhos.

O meu voto

Desde que tal me é legalmente permitido votei sempre. Nas diferentes eleições e até naquelas duas tentativas de referendo popular, que tendo em conta a baixa participação acabaram por se revelar impopulares. Nunca o fiz particularmente entusiamado com as opções disponíveis. Já votei no mal menor, já votei no único de jeito, já votei em branco. Já fiz votos de protesto. Já votei em ideias, em partidos, em caras e corações.
Mas nunca como agora tive tantas dúvidas sobre o meu voto. Bem sei que não será muito importante. Afinal é só 1 voto em vários milhões. Mas é o meu voto e é o único que tenho, e isso basta para me deixar angustiado.
Na minha opinião só há 3 opções lógicas nestas presidenciais: Cavaco, Alegre ou Soares. Independentemente de se olhar para o PR como homem do leme ou mero corta-fitas, acho que neste momento estas eleições são importantes na exacta medida em que afectem a acção do Governo, que com as virtudes e os defeitos já demonstrados, é quem tem a responsabilidade exclusiva de nos tirar do atoleiro em que nos metemos/meteram nos últimos anos.
Assim sendo, é para mim um tiro no pé votar Alegre porque depois de todo este processo fraticida com o PS e o próprio PM, os anticorpos serão muitos de ambos os lados, com as inevitáveis consequências ao nível da sacrossanta estabilidade e cooperação institucionais.
Votar Cavaco é um sapo que não vou engolir. Visceralmente falando não gosto do homem e acho que não tem minimamente o perfil indicado para a função. No entanto (e acreditando que é esse o seu objectivo...) pode de facto ser o candidato melhor colocado para garantir um clima político-económico mais favorável e maior estabilidade numa perspectiva global do nosso espectro partidário. Além disso, quando me lembro de nomeações como Fernando Gomes, Oliveira Martins e Armando Vara, confesso que me agrada a ideia de contra-peso, de checks and balances que poderia exercer relativamente à maioria PS.
Votar Soares...para mim seria a opção mais natural, mas a própria candidatura é em si mesmo contra-natura. Ele tinha toda a razão quando disse "BASTA". Este não é nem o momento nem o contexto indicados para Soares. Acho que não viria acrescentar nada de novo, e não estou disposto a resignar-me a isso.
Passo deste modo a anunciar que no dia 22, quando exercer o meu direito de voto, vou dispensar o uso da esferográfica. Com plena consciência que nas circunstâncias actuais isso favorece Cavaco e uma decisão à primeira volta.
P.S.- mas vai ser muito duro aturar o gajo durante 10 anos...

19.1.06

Afundação


Noutro dia encontrei a Paula em Serralves.
Pois é, Serralves. Serralves é daqueles sítios que é para se ir descobrindo. No meu caso, e já lá vão uns valentes anos, não foi uma paixão violenta, cruel, ofegante que me prendeu a serralves, foi mais um deslumbramento sereno, talvez inconsciente.
O que me surpreende sempre que lá vou, é a capacidade que aquele museu, aquele espaço tem de (se) ir mudando.
Há uns dias atrás fui lá almoçar, aliás é engraçado este conceito de ir almoçar a um museu, e ao passar por aquele grande átrio de distribuição, logo à entrada, deparei-me com o tão publicitado políptico (7 quadros) pintado(s) pela Paula Rego, que alguns mecenas, instituições e privados, ofereceram ao museu. Mas mais do que esse facto, ou seja, de nos ter sido dada a oportunidade de vermos aquela(s) obra(s), gostei especialmente de como está montada a exposição. Isto porque, para se verem melhor os quadros, devem-se subir as escadas de acesso ao restaurante e olhá-los de cima.
O mais engraçado foi a sensação com que fiquei ao olhá-los de novo, já depois do almoço, com mais atenção. Pareceu-me que aquela mulher, representada nos quadro, que se mexe e revolve num sofá, à procura de posição, assim como do seu equilíbrio interior; também ela parece estar a habituar-se ao museu, à sua nova Casa.

O que é nacional é bom (ii)


Soraia Chaves...também confundida em certos círculos com a hóstia.

O que é nacional é bom.



" o senhor Valéry era pequenino, mas dava muitos saltos.
Ele explicava:
Sou igual às pessoas altas só que por menos tempo" in O Senhor Valéry


"O senhor Henri disse:
...é verdade que se um homem misturar absinto com a realidade fica com a realidade melhor.
...mas também é certo que se um homem misturar absinto com a realidade fica com um absinto pior
...muito cedo tomei as opções essenciais que há a tomar na vida - disse o senhor Henri.
...nunca misturei o absinto com a realidade para não piorar a qualidade do absinto.
...mais um copo, caro comendador. E sem um único pingo de realidade, por favor." in O Senhor Henri


Gonçalo M. Tavares é um escritor português, novo, que já recebeu alguns dos mais importantes prémios literários em Portugal. Esta colecção que já conta com seis volumes, cada um deles com um dos nomes das personagens acima referidas, é para se ir lendo ...e sorrindo. São pequenas histórias, pensamentos, dissertações com bastante ironia e muito absinto, especialmente no caso do senhor Henri.
São livros que além do mais têm ilustrações bastante curiosas. Dêem uma vista de olhos, nem que não seja numa das muitas incursões à FNAC.

Laicos? Nós?

Dia 19 de Fevereiro. Em directo. Em simultâneo na RTP, na SIC e na TVI.
A trasladação do corpo da Irmã Lúcia para a Basílica do Santuário de Fátima.
Deixem-me respirar fundo só mais uma vez antes de garantir de vez o meu lugar no Inferno...
Em directo!!!???? E nas 3 televisões???? Desculpem-me a falta de respeito, mas este alarido todo só se justificava se a dita ex-vidente saísse do caixão e fosse a pé ou mesmo à boleia até Fátima...

18.1.06

Simplesmente genial



A ideia original até era falar sobre o filme, que é uma amálgama das diferentes histórias criadas por Frank Miller sobre Basin City e os seus peculiares residentes. Mas apesar de o filme conseguir (o que me surpreendeu...) captar e transmitir bem o fabuloso jogo de sombras e o ambiente negro comum à cidade, às personagens e aos enredos (o facto de o próprio Miller ter co-realizado terá provavelmente sido fundamental) continuo a achar que os livros são de facto outra louça.Vejam o filme, mas para os mais puristas, para aqueles que ainda sentem prazer em manusear, cheirar e sentir a textura de um livro, ainda por cima do melhor que há na bd mundial, não deixem de ler os 4 volumes desta saga a preto e branco contada.Se por acaso não estiverem na disposição de gastar dinheiro façam como eu, e num dia com mais tempo, sentem-se numa fnac ou numa bertrand qualquer e abusem da liberdade e do espaço de sofás que nos é generosamente concedido. É preciso ter alguma lata, mas garanto-vos que vale a pena...

A 1ª vez

E pronto...Já nasci!

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