Hoje é um dia triste. A série que mudou a forma de fazer televisão chegou ao fim. Deixo-vos com uma possível explicação da cena final.
os quatro elementos da natureza os quatro pilares da sabedoria os quatro atributos do corpo os quatro cavaleiros do apocalipse
3.12.07
23.11.07
1.11.07
...
Outro dia o JB perguntou-me o que se passava com o blogue. Ora a resposta tem tanto de óbvio como de literal: nada.
28.9.07
Estou...
completa e irreversivelmente viciado no you tube. Horas e horas e dias e dias perdidos a pesquisar sobre tudo aquilo que me vem à cabeça e depois ainda algo mais além disso. Ele é músicas, ele é futebol, ele é filmes, best of's disto e daquilo, compactos e colectâneas, enfim, por mais voltas que dê deparo-me sempre com alguma coisa que me deixa banzado e que às vezes, mas ainda assim e para vosso contentamento só mesmo às vezes e nem de perto nem de longe todas as vezes que me apetece, dizia eu que às vezes lá acabo por postar a dita cuja alguma coisa.
No caso em apreço, o busílis é que quando ouço alguém falar por exemplo do melhor actor de sempre e lá surgem os inevitáveis ai seguramente o de niro ou o pacino, ou o james dean que pobrezinho morreu tão novinho, ou o clooney e o jude law que são tão sexy, ou mesmo o sean penn sempre com aquele ar de quem chupou limão e nos vai violar a família toda, eu, pausa para respirar, só me lembro do edward norton. Enfim, manias...
No caso em apreço, o busílis é que quando ouço alguém falar por exemplo do melhor actor de sempre e lá surgem os inevitáveis ai seguramente o de niro ou o pacino, ou o james dean que pobrezinho morreu tão novinho, ou o clooney e o jude law que são tão sexy, ou mesmo o sean penn sempre com aquele ar de quem chupou limão e nos vai violar a família toda, eu, pausa para respirar, só me lembro do edward norton. Enfim, manias...
22.9.07
13.9.07
Em defesa do Felipão
1. Portugal jogou muito, muito mal, principalmente na 2ª parte. Na minha opinião, se individualmente houve claramente jogadores com prestações muito abaixo do que seria de esperar, a equipa apresentou-se muito pouco coesa e muito mal posicionada do ponto de vista táctico - a defesa esteve demasiado recuada, permitiu-se demasiado espaço entre a defesa e o ataque, os jogadores mostravam-se desorientados sem conseguir perceber se deveriam abrandar o ritmo de jogo e fazer circular a bola ou se deveriam tentar sair com rapidez para o contra-ataque para marcar o segundo golo. Portanto, quando o árbito apitou para o final, desliguei a TV desolado com a péssima exibição e totalmente convencido que o principal responsável do mau resultado foi o Scolari.
2. O Scolari é um vencedor e um grande campeão. O Scolari fez mal em tentar agredir o jogador Sérvio. O Scolari tem atenuantes porque o jogador Sérvio iniciou a provocação junto dos jogadores portugueses e porque sacudiu bruscamente a mão do Felipão antes deste lhe ter tentado dar uma "esquerda". A Imprensa portuguesa não deu importância ao facto do jogador Sérvio ter sido expulso. O Felipão não fez nenhuma cobardia, como seria por exemplo agredir um árbito, nem o seu gesto colocou em causa o esforço da equipa, como ocorreria se por exemplo tivesse sido sido expulso durante o decorrer do encontro.
3. Andei possesso durante o dia todo com o linchamento na praça pública do nosso seleccionador. O Felipão errou. Mas o Felipão é um grande campeão, um vencedor que tem feito muitissimo por Portugal. Na minha perspectiva devemos saber defender os nossos nos momentos dificeis, e o Felipão é um dos nossos. Obviamente que temos de saber assumir os nossos erros, e o seleccionador nacional tem de saber dar o exemplo, mas temos de saber reagir com conta e medida, e acho que isso não ocorreu durante a maior parte do dia de hoje. Fique possesso porque acho que a opinião pública portuguesa mais uma vez confudiu as coisas e não soube destrinçar aquilo que verdadeiramente interesa... não se anticipam boas coisas aos portugueses se não souberem defender aqueles que nos honram e se os abandonarem quando eles necessitam do nosso apoio. O Felipão é um grande campeão que eu muito admiro. Fazem muita falta em Portugal vencedores com a fibra do Felipão...
4. Ao principio da tarde pensei se estaria louco ao constatar que a única intervenção pública que espelhava aquilo que eu sentia tinha sido expressa pelo Luis Filipe Vieira...
5. Fiquei feliz por os jogadores terem emitido um comunicado em defesa do nosso Felipão
2. O Scolari é um vencedor e um grande campeão. O Scolari fez mal em tentar agredir o jogador Sérvio. O Scolari tem atenuantes porque o jogador Sérvio iniciou a provocação junto dos jogadores portugueses e porque sacudiu bruscamente a mão do Felipão antes deste lhe ter tentado dar uma "esquerda". A Imprensa portuguesa não deu importância ao facto do jogador Sérvio ter sido expulso. O Felipão não fez nenhuma cobardia, como seria por exemplo agredir um árbito, nem o seu gesto colocou em causa o esforço da equipa, como ocorreria se por exemplo tivesse sido sido expulso durante o decorrer do encontro.
3. Andei possesso durante o dia todo com o linchamento na praça pública do nosso seleccionador. O Felipão errou. Mas o Felipão é um grande campeão, um vencedor que tem feito muitissimo por Portugal. Na minha perspectiva devemos saber defender os nossos nos momentos dificeis, e o Felipão é um dos nossos. Obviamente que temos de saber assumir os nossos erros, e o seleccionador nacional tem de saber dar o exemplo, mas temos de saber reagir com conta e medida, e acho que isso não ocorreu durante a maior parte do dia de hoje. Fique possesso porque acho que a opinião pública portuguesa mais uma vez confudiu as coisas e não soube destrinçar aquilo que verdadeiramente interesa... não se anticipam boas coisas aos portugueses se não souberem defender aqueles que nos honram e se os abandonarem quando eles necessitam do nosso apoio. O Felipão é um grande campeão que eu muito admiro. Fazem muita falta em Portugal vencedores com a fibra do Felipão...
4. Ao principio da tarde pensei se estaria louco ao constatar que a única intervenção pública que espelhava aquilo que eu sentia tinha sido expressa pelo Luis Filipe Vieira...
5. Fiquei feliz por os jogadores terem emitido um comunicado em defesa do nosso Felipão
11.9.07
Alguém consegue perceber...
quem foi a besta que decidiu que a participação da nossa fabulosa selecção de râguebi num mundial não se enquadra na noção de "serviço público" que justifica mostrar todo e qualquer jogo de futebol dos AA's, e já agora dos sub 23 e sub 21 e sub 19 e sub 17???
Somos presenteados com um importantíssimo Portugal - Macedónia, a contar para uma qualificação para um europeu de futebol de sub não sei quantos, em emissão directa de Pedrouços, mas não podemos ver os lobos a jogar contra os All Blacks?
Somos presenteados com um importantíssimo Portugal - Macedónia, a contar para uma qualificação para um europeu de futebol de sub não sei quantos, em emissão directa de Pedrouços, mas não podemos ver os lobos a jogar contra os All Blacks?
4.9.07
3.9.07
2.9.07
24.8.07
...
16.8.07
Entrevista interessantíssima do economista Silva Lopes no Diario económico de hoje. Destaco alguns excertos mais certeiros e polémicos...
"Essa questão dos centros de decisão nacional é um falso problema, uma hipocrisia. O Totta é um bom exemplo: fez a fortuna de Champalimaud, de Roquette e de mais alguns. E nas mãos do Santander traz mais problemas à economia portuguesa do que quando pertencia a Champalimaud? Penso que não. Até é um banco mais eficiente. Hoje não há centros de decisão nacional. É engraçado ver que algumas pessoas que assinaram aquele manifesto venderam depois as suas empresas. A privatização do Totta é um bom exemplo.
...
Não é viável a perspectiva do ministro das Finanças de que o regresso da convergência será em 2009?
É possível… É conhecido que sou pessimista. O comportamento das exportações o ano passado surpreendeu-me um bocado. Mas também temos de colocar a questão em perspectiva, porque em 2006 ainda perdemos alguma quota de mercado, o que acontece desde 1990. Nas exportações e no mercado interno estamos a perder quota de mercado há mais de 15 anos. Não soubemos reagir a este movimento de globalização, de liberalização e de entrada dos novos membros na UE.
O Banco de Portugal revela que o perfil das exportações se tem alterado…
Estamos a registar alguma melhoria na composição das exportações, com mais tecnologia, mas tudo isso ainda tem pouco peso. A grande fonte que tínhamos de vendas para o exterior era o investimento estrangeiro orientado para a exportação. E como temos visto muitos deles têm saído do país. Vão surgindo novos mas não sabemos qual é o peso dos subsídios dados pelo Estado nem o valor acrescentado nacional que criam.
Mas qual a importância disso desde que se crie valor acrescentado?
Mas que valor acrescentado é que vai criar? Duzentos empregados, eventualmente. O resto é tudo estrangeiro: o capital, os equipamentos, os lucros vão para o exterior… O que fica cá? Nem sequer os impostos, fica apenas a remuneração dos empregados. Qual é a relação entre este valor acrescentado e o subsídio que se deu? Este tipo de análise não se faz, não é parte da propaganda oficial…
...
Qual é a sua opinião sobre o projecto do TGV (comboio de alta velocidade)?
No caso do TGV para o Porto nem é preciso estudos económicos. Devemos adiar o projecto. Segundo se afirma vamos ganhar 20 minutos em relação à linha actual. Não vejo qualquer vantagem económica em gastar aqueles mil milhões todos para isso. Ainda por cima depois de se terem gasto já mil milhões de euros na linha do Norte. O que não quer dizer que daqui a dez anos, com mais crescimento económico, não se possa fazer. Não fecho a ideia até porque sou um fã de comboios.
Devia-se dar prioridade à ligação entre Lisboa e Madrid?
Essa ligação é mais por razões de prestígio nacional do que de cálculo económico. Não acredito que vamos ter um tráfego para Madrid que possa tornar a linha rentável a curto prazo. Sou a favor porque será integrada numa rede de transportes europeus e o orgulho nacional ficaria afectado se a linha de TGV acabasse em Badajoz. E, como seja qual for a solução, para o aeroporto é preciso fazer um TGV, prolonga-se até à fronteira.
Não existem razões económicas? Facilita a integração ibérica, há muitos portugueses a trabalhar em Espanha e espanhóis em Portugal…
Não acredito que o TGV possa oferecer preços parecidos com os das companhias aéreas de ‘low cost’. O que é fundamental é uma rede de bitola europeia para mercadorias. Há quem afirme que o TGV, sendo bitola europeia e não sendo rentável para passageiros, será usado para mercadorias. Mas as mercadorias não precisam de TGV. Precisam é de bitola europeia.
O que pensa do debate sobre as alternativas à Ota?
É um tema tão complexo. Tenho-me guiado pelo que os engenheiros vão dizendo. E, como em todas as profissões, dizem coisas diferentes. Convenceram-me de que é preciso outro aeroporto. Na Ota, o que dizem os engenheiros, é que tem custos monstruosos de remoção de solos e o problema de não poder ser ampliado. Se isto é verdade, a escolha da Ota é um disparate. Nem percebo porque se andou a perder tanto tempo com aquilo. Se Alcochete resolver o problema, deve escolher-se essa localização.
...
Pensa que em Portugal existiu uma inversão de valores, um excesso de valorização de casas, automóveis…
Temos uma tradição de valorizar pouco a educação. Em 1960 tínhamos taxas de analfabetismo que os outros países europeus já tinha reduzido para valores mais baixos um século antes. Neste domínio andamos cem anos atrasados. Ultimamente aumentámos o número de alunos, produzimos universitários de um nível muito elevado. Em valor absoluto, comparativamente ao passado, estamos muito melhor. Infelizmente muitos dos bons ficam lá fora. Os portugueses hoje mandam os filhos para a escola, antes não o faziam. Mas não é para aprender é para tirar o canudo. Os pais agridem os professores porque não passam os filhos.
Não se valoriza o conhecimento…
Entre os emigrantes, por exemplo, os portugueses mandam menos os filhos para a universidade que as outras comunidades. Há qualquer coisa de atávico de não valorizar o conhecimento, a formação. O resultado é que temos a população activa da Europa com menos qualificações. E se olharmos para outros países europeus… A Grécia e a Espanha estavam atrasados e ainda estão. Mas se compararmos o progresso deles com o nosso vemos a diferença. Ando a dizer isto há muitos anos. O problema do ensino é a maior vergonha nacional. E é por causa da qualidade. O ensino tem sido governado por grupos de interesses e não pelo interesse nacional. Os pedagogos… Por exemplo, sem exames não conseguimos andar para a frente. Há alguns alunos universitários que não sabem somar um meio com um terço.
...
E a política que esta ministra da Educação está a seguir?
Esta ministra da Educação já tomou medidas muito positivas, mas não fez tanto quanto devia fazer. Tem sido muito atacada, o que é bom sinal. Os ministros que mais admiro no Governo são os que aparecem no fim da classificação na opinião pública. Os ministros da Saúde, da Educação e das Finanças…
O ministro da Saúde não tem falhado na explicação das reformas?
Se calhar quem tem falhado somos todos nós, não é só o ministro. Quando a imprensa o critica porque fechou uma maternidade, deve perceber o que se pode fazer com o que se poupa por isso: melhorar outra maternidade. Por exemplo, aqueles centros de saúde que estavam abertos sempre, durante a noite ia lá uma pessoa ou outra por semana e estavam lá um médico e uma enfermeira, com certeza a dormir, e durante o dia faltavam médicos. Acabou-se com o período nocturno e o diurno é mais eficaz. Toda a gente pensa que o orçamento é um saco sem fundo. Não pode ser. O problema da saúde vai ser o mais grave no futuro. Vamos ter de limitar o apoio sanitário às famílias portuguesas. As pessoas não gostam, mas tem de ser. Não há dinheiro.
...
Não concorda com a baixa de impostos se a situação orçamental melhorar?
De maneira nenhuma. Mesmo que a situação orçamental melhore, há duas rubricas que aumentarão sempre: a segurança social e a saúde. Na educação já se cortou despesa mas provavelmente ainda se pode poupar mais alguma coisa. Assim como ainda se podem cortar despesas em muitos serviços públicos com pessoal a mais. Mas se olharmos para o que gastamos em segurança social comparativamente a outros países europeus, e com o que está a acontecer à mortalidade e natalidade, verificamos que a despesa vai ter de aumentar. Mesmo com as medidas já tomadas na segurança social, uma das mais importantes adoptadas por este Governo.
...
Esta eficácia fiscal não começa a violar alguns direitos dos contribuintes?
Considero que o interesse colectivo está à frente do interesse individual. Discordo destas questões que se levantam sobre o sigilo bancário. Como acontece noutros países, o fisco devia poder fiscalizar as contas bancárias de forma automática. Não deve é ser qualquer um a ver as contas, têm de ser pessoas credenciadas para esse efeito. E além disso tem de haver um processo rápido para se protestar contra ingerências abusivas do fisco.
Pensa que foi o resultado do trabalho desenvolvido pelo director-geral Paulo Macedo que deixou agora a função?
Claro.
Pensa que é injusto não ser possível pagar-lhe o salário que tinha?
Injusto não é a palavra. Do ponto de vista da eficácia económica, merecia aquele salário e até mais. Quando pertenci àquela Comissão para o Desenvolvimento da Reforma Fiscal defendi e escrevi que o director geral dos impostos dirigia a empresa mais importante de Portugal e como tal devia ganhar mais que o presidente do BCP. Nós em Portugal pagamos muito mal a uns e excessivamente bem a outros.
Concorda também com o que disse Paulo Macedo de que o primeiro-ministro e o presidente da república ganham muito pouco?
Sim, concordo. E ganham muito pouco porque há muitos que ganham de mais no sector privado. Paulo Macedo também disse isso. Qualquer dirigente de topo ou mesmo intermédio em algumas empresas ganha mais que o Presidente da República.
Mas também não há iniciativa empresarial?
Não há, mas se tivéssemos massa crítica os estrangeiros vinham para cá. Neste momento não nos podemos queixar da falta de iniciativa empresarial. Tenho uma grande admiração pelas pequenas e médias empresas que exportam. São os heróis da economia portuguesa, pessoas da indústria anónimas – com excepção de Américo Amorim que exporta cortiça e Belmiro de Azevedo com a madeira, os grandes grupos não exportam nada. Quem exporta em Portugal são as multinacionais e as pequenas e médias empresas. Mas esses não são famosos. Famosos são os que especulam na bolsa.
A política das contas públicas está no bom caminho?
O que está a acontecer nas contas públicas ultrapassa as minhas expectativas. Não pensei que se pudesse fazer tanto. Gostava que se fizesse mais mas penso que o que se tem feito é notável. É preciso fazer mais nomeadamente na reforma do Estado que por vezes parece que está a enfraquecer.
O ritmo das reformas não vai abrandar por entrarmos na segunda parte do mandato?
Não sei. O primeiro-ministro, apesar de ser muito atacado, continua a ter uma posição muito forte nas sondagens. Os portugueses não desgostam de alguém com capacidade de decisão. E como as suas decisões são em geral correctas… Foi uma grande surpresa para mim o facto de manter a popularidade, apesar das medidas difíceis que tomou. Espero que continue assim.
Não considera que existe alguma arrogância no governo, como afirma Mário Soares? Ou sintomas de autoritarismo?
Não. Admito que possa haver um caso ou outro. Mas fazer disso o que é mais importante… não. Não estou preocupado com isso. Preocupa-me mais a transformação económica e social, nomeadamente no sector público. O que têm feito é notável. Embora considere que se tem de fazer mais."
a ler mais aqui
"Essa questão dos centros de decisão nacional é um falso problema, uma hipocrisia. O Totta é um bom exemplo: fez a fortuna de Champalimaud, de Roquette e de mais alguns. E nas mãos do Santander traz mais problemas à economia portuguesa do que quando pertencia a Champalimaud? Penso que não. Até é um banco mais eficiente. Hoje não há centros de decisão nacional. É engraçado ver que algumas pessoas que assinaram aquele manifesto venderam depois as suas empresas. A privatização do Totta é um bom exemplo.
...
Não é viável a perspectiva do ministro das Finanças de que o regresso da convergência será em 2009?
É possível… É conhecido que sou pessimista. O comportamento das exportações o ano passado surpreendeu-me um bocado. Mas também temos de colocar a questão em perspectiva, porque em 2006 ainda perdemos alguma quota de mercado, o que acontece desde 1990. Nas exportações e no mercado interno estamos a perder quota de mercado há mais de 15 anos. Não soubemos reagir a este movimento de globalização, de liberalização e de entrada dos novos membros na UE.
O Banco de Portugal revela que o perfil das exportações se tem alterado…
Estamos a registar alguma melhoria na composição das exportações, com mais tecnologia, mas tudo isso ainda tem pouco peso. A grande fonte que tínhamos de vendas para o exterior era o investimento estrangeiro orientado para a exportação. E como temos visto muitos deles têm saído do país. Vão surgindo novos mas não sabemos qual é o peso dos subsídios dados pelo Estado nem o valor acrescentado nacional que criam.
Mas qual a importância disso desde que se crie valor acrescentado?
Mas que valor acrescentado é que vai criar? Duzentos empregados, eventualmente. O resto é tudo estrangeiro: o capital, os equipamentos, os lucros vão para o exterior… O que fica cá? Nem sequer os impostos, fica apenas a remuneração dos empregados. Qual é a relação entre este valor acrescentado e o subsídio que se deu? Este tipo de análise não se faz, não é parte da propaganda oficial…
...
Qual é a sua opinião sobre o projecto do TGV (comboio de alta velocidade)?
No caso do TGV para o Porto nem é preciso estudos económicos. Devemos adiar o projecto. Segundo se afirma vamos ganhar 20 minutos em relação à linha actual. Não vejo qualquer vantagem económica em gastar aqueles mil milhões todos para isso. Ainda por cima depois de se terem gasto já mil milhões de euros na linha do Norte. O que não quer dizer que daqui a dez anos, com mais crescimento económico, não se possa fazer. Não fecho a ideia até porque sou um fã de comboios.
Devia-se dar prioridade à ligação entre Lisboa e Madrid?
Essa ligação é mais por razões de prestígio nacional do que de cálculo económico. Não acredito que vamos ter um tráfego para Madrid que possa tornar a linha rentável a curto prazo. Sou a favor porque será integrada numa rede de transportes europeus e o orgulho nacional ficaria afectado se a linha de TGV acabasse em Badajoz. E, como seja qual for a solução, para o aeroporto é preciso fazer um TGV, prolonga-se até à fronteira.
Não existem razões económicas? Facilita a integração ibérica, há muitos portugueses a trabalhar em Espanha e espanhóis em Portugal…
Não acredito que o TGV possa oferecer preços parecidos com os das companhias aéreas de ‘low cost’. O que é fundamental é uma rede de bitola europeia para mercadorias. Há quem afirme que o TGV, sendo bitola europeia e não sendo rentável para passageiros, será usado para mercadorias. Mas as mercadorias não precisam de TGV. Precisam é de bitola europeia.
O que pensa do debate sobre as alternativas à Ota?
É um tema tão complexo. Tenho-me guiado pelo que os engenheiros vão dizendo. E, como em todas as profissões, dizem coisas diferentes. Convenceram-me de que é preciso outro aeroporto. Na Ota, o que dizem os engenheiros, é que tem custos monstruosos de remoção de solos e o problema de não poder ser ampliado. Se isto é verdade, a escolha da Ota é um disparate. Nem percebo porque se andou a perder tanto tempo com aquilo. Se Alcochete resolver o problema, deve escolher-se essa localização.
...
Pensa que em Portugal existiu uma inversão de valores, um excesso de valorização de casas, automóveis…
Temos uma tradição de valorizar pouco a educação. Em 1960 tínhamos taxas de analfabetismo que os outros países europeus já tinha reduzido para valores mais baixos um século antes. Neste domínio andamos cem anos atrasados. Ultimamente aumentámos o número de alunos, produzimos universitários de um nível muito elevado. Em valor absoluto, comparativamente ao passado, estamos muito melhor. Infelizmente muitos dos bons ficam lá fora. Os portugueses hoje mandam os filhos para a escola, antes não o faziam. Mas não é para aprender é para tirar o canudo. Os pais agridem os professores porque não passam os filhos.
Não se valoriza o conhecimento…
Entre os emigrantes, por exemplo, os portugueses mandam menos os filhos para a universidade que as outras comunidades. Há qualquer coisa de atávico de não valorizar o conhecimento, a formação. O resultado é que temos a população activa da Europa com menos qualificações. E se olharmos para outros países europeus… A Grécia e a Espanha estavam atrasados e ainda estão. Mas se compararmos o progresso deles com o nosso vemos a diferença. Ando a dizer isto há muitos anos. O problema do ensino é a maior vergonha nacional. E é por causa da qualidade. O ensino tem sido governado por grupos de interesses e não pelo interesse nacional. Os pedagogos… Por exemplo, sem exames não conseguimos andar para a frente. Há alguns alunos universitários que não sabem somar um meio com um terço.
...
E a política que esta ministra da Educação está a seguir?
Esta ministra da Educação já tomou medidas muito positivas, mas não fez tanto quanto devia fazer. Tem sido muito atacada, o que é bom sinal. Os ministros que mais admiro no Governo são os que aparecem no fim da classificação na opinião pública. Os ministros da Saúde, da Educação e das Finanças…
O ministro da Saúde não tem falhado na explicação das reformas?
Se calhar quem tem falhado somos todos nós, não é só o ministro. Quando a imprensa o critica porque fechou uma maternidade, deve perceber o que se pode fazer com o que se poupa por isso: melhorar outra maternidade. Por exemplo, aqueles centros de saúde que estavam abertos sempre, durante a noite ia lá uma pessoa ou outra por semana e estavam lá um médico e uma enfermeira, com certeza a dormir, e durante o dia faltavam médicos. Acabou-se com o período nocturno e o diurno é mais eficaz. Toda a gente pensa que o orçamento é um saco sem fundo. Não pode ser. O problema da saúde vai ser o mais grave no futuro. Vamos ter de limitar o apoio sanitário às famílias portuguesas. As pessoas não gostam, mas tem de ser. Não há dinheiro.
...
Não concorda com a baixa de impostos se a situação orçamental melhorar?
De maneira nenhuma. Mesmo que a situação orçamental melhore, há duas rubricas que aumentarão sempre: a segurança social e a saúde. Na educação já se cortou despesa mas provavelmente ainda se pode poupar mais alguma coisa. Assim como ainda se podem cortar despesas em muitos serviços públicos com pessoal a mais. Mas se olharmos para o que gastamos em segurança social comparativamente a outros países europeus, e com o que está a acontecer à mortalidade e natalidade, verificamos que a despesa vai ter de aumentar. Mesmo com as medidas já tomadas na segurança social, uma das mais importantes adoptadas por este Governo.
...
Esta eficácia fiscal não começa a violar alguns direitos dos contribuintes?
Considero que o interesse colectivo está à frente do interesse individual. Discordo destas questões que se levantam sobre o sigilo bancário. Como acontece noutros países, o fisco devia poder fiscalizar as contas bancárias de forma automática. Não deve é ser qualquer um a ver as contas, têm de ser pessoas credenciadas para esse efeito. E além disso tem de haver um processo rápido para se protestar contra ingerências abusivas do fisco.
Pensa que foi o resultado do trabalho desenvolvido pelo director-geral Paulo Macedo que deixou agora a função?
Claro.
Pensa que é injusto não ser possível pagar-lhe o salário que tinha?
Injusto não é a palavra. Do ponto de vista da eficácia económica, merecia aquele salário e até mais. Quando pertenci àquela Comissão para o Desenvolvimento da Reforma Fiscal defendi e escrevi que o director geral dos impostos dirigia a empresa mais importante de Portugal e como tal devia ganhar mais que o presidente do BCP. Nós em Portugal pagamos muito mal a uns e excessivamente bem a outros.
Concorda também com o que disse Paulo Macedo de que o primeiro-ministro e o presidente da república ganham muito pouco?
Sim, concordo. E ganham muito pouco porque há muitos que ganham de mais no sector privado. Paulo Macedo também disse isso. Qualquer dirigente de topo ou mesmo intermédio em algumas empresas ganha mais que o Presidente da República.
Mas também não há iniciativa empresarial?
Não há, mas se tivéssemos massa crítica os estrangeiros vinham para cá. Neste momento não nos podemos queixar da falta de iniciativa empresarial. Tenho uma grande admiração pelas pequenas e médias empresas que exportam. São os heróis da economia portuguesa, pessoas da indústria anónimas – com excepção de Américo Amorim que exporta cortiça e Belmiro de Azevedo com a madeira, os grandes grupos não exportam nada. Quem exporta em Portugal são as multinacionais e as pequenas e médias empresas. Mas esses não são famosos. Famosos são os que especulam na bolsa.
A política das contas públicas está no bom caminho?
O que está a acontecer nas contas públicas ultrapassa as minhas expectativas. Não pensei que se pudesse fazer tanto. Gostava que se fizesse mais mas penso que o que se tem feito é notável. É preciso fazer mais nomeadamente na reforma do Estado que por vezes parece que está a enfraquecer.
O ritmo das reformas não vai abrandar por entrarmos na segunda parte do mandato?
Não sei. O primeiro-ministro, apesar de ser muito atacado, continua a ter uma posição muito forte nas sondagens. Os portugueses não desgostam de alguém com capacidade de decisão. E como as suas decisões são em geral correctas… Foi uma grande surpresa para mim o facto de manter a popularidade, apesar das medidas difíceis que tomou. Espero que continue assim.
Não considera que existe alguma arrogância no governo, como afirma Mário Soares? Ou sintomas de autoritarismo?
Não. Admito que possa haver um caso ou outro. Mas fazer disso o que é mais importante… não. Não estou preocupado com isso. Preocupa-me mais a transformação económica e social, nomeadamente no sector público. O que têm feito é notável. Embora considere que se tem de fazer mais."
a ler mais aqui
10.8.07
8.8.07
28.7.07
E
eis senão quando hoje a modos que muito de repente me apercebi que já há que tempos não fazia um post sobre o Federer. Vai daí estive mais de uma hora a babar no you tube, porque um gajo assim obssessivo e obcecado como eu é evidente que se perde com uma merda destas o que diga-se é mau porque amanhã começo a trabalhar às 9h mas no fundo não faz mal porque ainda vou ver a anatomia de grey, mas voltando ao Federer, e reparem que não digo Roger porque 1) não andei com ele na escola e 2)ninguém no seu juízo perfeito trata um Deus pelo primeiro nome, eu aqui e agora confesso que se algum dia comesse alguma merda muito muito estragada que me transmutasse (e espero que este termo exista) de macho latino assim tipo tony ramos mas mais carregadinho de testosterona em indíviduo altamente culto e bem falante e evidentemente gay até mais não poder, confesso dizia eu antes de me entusiasmar que o Federer era o único homem para mim.
26.7.07
It's just strategy, stupid!
Nada contribui tanto para a boa imagem de um político como actuar decididamente, de preferência de forma real mas se for bem ficcionada também serve, contra alguns inimigos escolhidos a dedo.
Rui Rio afronta o "mito" Pinto da Costa? Pois imediatamente assegura de forma vitalícia o qualificativo de homem sério, determinado e incorruptível.
Marques Mendes afasta Valentim e Isaltino? Eis que surge como bastião moral e referência ética de uma nova forma de estar na política.
Mas talvez o melhor exemplo desta estratégia, tanto pela eficácia como pela longevidade conseguida, venha de Alberto João Jardim e da forma como nas últimas 3 décadas se conseguiu afirmar junto dos madeirenses sempre contra o "colonialismo do continente". Beneficiou é certo da passividade calculada dos diferentes primeiros-ministros e presidentes, pouco interessados em baixar o nível e em comprar guerras de consequências imprevisíveis. Já com José Sócrates como PM esta estratégia voltou a dar frutos (leia-se uma nova maioria absoluta) a Jardim, mas a novidade é que pela 1ª vez temos um primeiro ministro que não tem medo de afrontar o líder madeirense. Talvez seja menos por convicção e mais na busca de capitalizar eleitoralmente a situação, mas as polémicas com AJJ (desde a lei das finanças regionais a esta embrulhada da IVG) são para Sócrates uma forma muito eficaz e relativamente fácil de consolidar uma fama de político duro, reformista e intransigente. Como quase ninguém no continente tem paciência para AJJ, muita gente aprecia ver que finalmente alguém está disposto a fazer-lhe frente. E isto vale votos.
Quanto à lei da IVG, depois da entrevista de ontem do PM e depois da resposta de hoje de AJJ (ainda para mais naqueles termos...) a conclusão óbvia é que Cavaco tem que parar de assobiar para o ar e fazer aquilo que jurou fazer, nomeadamente defender a Constituição e a aplicação das leis da República.
Rui Rio afronta o "mito" Pinto da Costa? Pois imediatamente assegura de forma vitalícia o qualificativo de homem sério, determinado e incorruptível.
Marques Mendes afasta Valentim e Isaltino? Eis que surge como bastião moral e referência ética de uma nova forma de estar na política.
Mas talvez o melhor exemplo desta estratégia, tanto pela eficácia como pela longevidade conseguida, venha de Alberto João Jardim e da forma como nas últimas 3 décadas se conseguiu afirmar junto dos madeirenses sempre contra o "colonialismo do continente". Beneficiou é certo da passividade calculada dos diferentes primeiros-ministros e presidentes, pouco interessados em baixar o nível e em comprar guerras de consequências imprevisíveis. Já com José Sócrates como PM esta estratégia voltou a dar frutos (leia-se uma nova maioria absoluta) a Jardim, mas a novidade é que pela 1ª vez temos um primeiro ministro que não tem medo de afrontar o líder madeirense. Talvez seja menos por convicção e mais na busca de capitalizar eleitoralmente a situação, mas as polémicas com AJJ (desde a lei das finanças regionais a esta embrulhada da IVG) são para Sócrates uma forma muito eficaz e relativamente fácil de consolidar uma fama de político duro, reformista e intransigente. Como quase ninguém no continente tem paciência para AJJ, muita gente aprecia ver que finalmente alguém está disposto a fazer-lhe frente. E isto vale votos.
Quanto à lei da IVG, depois da entrevista de ontem do PM e depois da resposta de hoje de AJJ (ainda para mais naqueles termos...) a conclusão óbvia é que Cavaco tem que parar de assobiar para o ar e fazer aquilo que jurou fazer, nomeadamente defender a Constituição e a aplicação das leis da República.
25.7.07
A ignorância é muito atrevida e dá de facto bastante trabalho
Perdi mais de uma hora nisto
mas finalmente percebi como é que se esconde parte do post.
mas finalmente percebi como é que se esconde parte do post.
Uma dose de verdade e outra de demagogia.
Confesso que não tenho grande paciência para com Manuel Alegre. Respeito o seu passado de lutador anti-fascista e admiro a sua independência mas isso não impede que avalie negativamente parte do seu trajecto político nos últimos tempos.
O meu desconforto começa na altura da candidatura presidencial em que Alegre acabou por cavalgar demagogicamente a onda de descontentamento contra os partidos que grassa na sociedade. Isto vindo de alguém que é militante do PS desde sempre e deputado da República há mais de 30 anos é uma atitude não só incoerente mas também perigosa. Desde então, surgiu a curiosidade de ver o que Alegre iria fazer com o milhão e pico de votos que recebeu. Salvo melhor e mais informada opinião, parece-me que fez muito pouco ou nada, tirando um apoio mesmo assim não tão claro quanto se poderia esperar à candidatura autárquica da sua companheira de route Helena Roseta (outro momento em que também se procurou surfar um pouco a onda anti-partidos).
A sensação com que fico é que Alegre se vai limitando a episodicamente fazer uma ou outra intervenção, sempre sem concretização em termos de apresentação de propostas ou iniciativas legislativas, mas em que a sua notoriedade e a utilização frequente de referências ao espírito de Abril lhe garantem tempo de antena. O único problema é que nos entretantos se vai sentando calmamente nos jantares e eventos do partido ao lado e consequentemente em apoio a Sócrates e continua ainda (e sempre?) a ser militante de um partido com o qual parece presentemente, por inerência das suas próprias palavras, ter pouca ou nenhuma afinidade.
"Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.", a frase com que termina o seu artigo de hoje no Público vive um pouco desta capitalização, talvez mesmo apropriação, que Alegre vai fazendo
da revolução dos cravos. O assunto é pertinente mas a terminologia usada é quanto a mim propositadamente exagerada para garantir o sound bite e alimentar o "mito Alegre", porque convenhamos que se o deputado poeta de facto sentisse a 100% aquilo que diz então o seu caminho só poderia ser deixar o partido ou pelo menos suspender a sua militância.
O meu desconforto começa na altura da candidatura presidencial em que Alegre acabou por cavalgar demagogicamente a onda de descontentamento contra os partidos que grassa na sociedade. Isto vindo de alguém que é militante do PS desde sempre e deputado da República há mais de 30 anos é uma atitude não só incoerente mas também perigosa. Desde então, surgiu a curiosidade de ver o que Alegre iria fazer com o milhão e pico de votos que recebeu. Salvo melhor e mais informada opinião, parece-me que fez muito pouco ou nada, tirando um apoio mesmo assim não tão claro quanto se poderia esperar à candidatura autárquica da sua companheira de route Helena Roseta (outro momento em que também se procurou surfar um pouco a onda anti-partidos).
A sensação com que fico é que Alegre se vai limitando a episodicamente fazer uma ou outra intervenção, sempre sem concretização em termos de apresentação de propostas ou iniciativas legislativas, mas em que a sua notoriedade e a utilização frequente de referências ao espírito de Abril lhe garantem tempo de antena. O único problema é que nos entretantos se vai sentando calmamente nos jantares e eventos do partido ao lado e consequentemente em apoio a Sócrates e continua ainda (e sempre?) a ser militante de um partido com o qual parece presentemente, por inerência das suas próprias palavras, ter pouca ou nenhuma afinidade.
"Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.", a frase com que termina o seu artigo de hoje no Público vive um pouco desta capitalização, talvez mesmo apropriação, que Alegre vai fazendo
da revolução dos cravos. O assunto é pertinente mas a terminologia usada é quanto a mim propositadamente exagerada para garantir o sound bite e alimentar o "mito Alegre", porque convenhamos que se o deputado poeta de facto sentisse a 100% aquilo que diz então o seu caminho só poderia ser deixar o partido ou pelo menos suspender a sua militância.
18.7.07
16.7.07
As eleições para a CML...
Chatas e previsíveis não merecem grandes comentários.
O melhor mesmo aconteceu logo após as primeiras projecções quando uma qualquer repórter de um qualquer canal abordou o deputado Miguel Frasquilho (aquele tipo da barbicha ridícula e que supostamente percebe de economia) apresentando-o em directo como "figura de 4ª ou 5ª linha do PSD", o que tendo em conta o estado dos partidos políticos é um insulto muito, muito feio.
Também gostei do grupo de velhinhos alentejanos que tinham ido passear a Mafra e que no regresso foram despejados à porta do hotel altis com direito a música partidária e bandeirinha de graça.
O melhor mesmo aconteceu logo após as primeiras projecções quando uma qualquer repórter de um qualquer canal abordou o deputado Miguel Frasquilho (aquele tipo da barbicha ridícula e que supostamente percebe de economia) apresentando-o em directo como "figura de 4ª ou 5ª linha do PSD", o que tendo em conta o estado dos partidos políticos é um insulto muito, muito feio.
Também gostei do grupo de velhinhos alentejanos que tinham ido passear a Mafra e que no regresso foram despejados à porta do hotel altis com direito a música partidária e bandeirinha de graça.
15.7.07
11.7.07
30 000 000.
Indiscutivelmente uma grande venda.
O que já acho não só passível mas também premente discutir é o destino a dar a mais esta pipa de massa. Chega de prémios e salários exorbitantes a administradores, chega de contratar carradas de estrangeiros merdosos, chega de ter 30 ou 40 jogadores emprestados.
Resolvam o passivo, construam o pavilhão, contratem portugueses de qualidade (Manuel da Costa, Duda, Antunes). Paguem à doutora Morgado para arquivar os processos, à Carolina para dizer que foi tudo invenção, ao Lucílio Baptista para deixar de arbitrar e ao Couceiro para se dedicar outra vez ao sindicato. Lancem uma OPA sobre o Benfica. Tirem o Rivoli das mãos do Lá Féria.
Enfim, tudo menos aquilo que costumam fazer quando se apanham com dinheiro na mão.
O que já acho não só passível mas também premente discutir é o destino a dar a mais esta pipa de massa. Chega de prémios e salários exorbitantes a administradores, chega de contratar carradas de estrangeiros merdosos, chega de ter 30 ou 40 jogadores emprestados.
Resolvam o passivo, construam o pavilhão, contratem portugueses de qualidade (Manuel da Costa, Duda, Antunes). Paguem à doutora Morgado para arquivar os processos, à Carolina para dizer que foi tudo invenção, ao Lucílio Baptista para deixar de arbitrar e ao Couceiro para se dedicar outra vez ao sindicato. Lancem uma OPA sobre o Benfica. Tirem o Rivoli das mãos do Lá Féria.
Enfim, tudo menos aquilo que costumam fazer quando se apanham com dinheiro na mão.
9.7.07
3.7.07
Soltas...
A falta de tempo impede-me de dedicar as linhas necessárias a cada um dos temas, mas antes que me esqueça ou que a coisa perca actualidade cá vai:
- Não há pachorra para aturar este Zé Manel (Qual "Joe" qual quê!) Berardo com os seus americanismos no meio de frases de português mais ou menos incompreensível. O Portugalzinho ignorante que ele deixou há uns anos atrás já não é o mesmo... Pensa que nos impressiona com as suas tiradas americanas... Com o museu vem dizer que quer tornar Portugal um país mais culto... Como dizia o outro, "o que tu queres, sei eu"! O tipo, na sombra, já causava algumas inimizades aqui no Quatro... Agora que ganhou mediatismo, parece ter gostado da coisa para mal dos nossos pecados...
- Na semana passada, em mais uma viagem no IP4, ouvi na Antena 3 o "Prova Oral" do Fernando Alvim (outro tipo com quem embirro um pouco; mas isso agora não interessa nada...) que falava sobre uma revista que nasceu na época errada e por isso morreu. Tratava-se da revista K que o JB lia assiduamente. Ainda guardas esses exemplares, JB? Lembro-me que também gostava de a ler, muito pelo nome do MEC estar associado. No final do ano passado parece que foi editado um livro intitulado "Já Não me Lembrava - os delírios da Kapa" da autoria de um dos editores, o Carlos Quevedo. Fiquei com vontade de dar uma vista de olhos...
- Gostei que se tivessem lembrado do Porto, via "Prós e Contras" da RTP, numa altura em que as eleições para Alcaide Alfacinha estão na ordem do dia...
- Gostei que a abertura da Presidência portuguesa da União Europeia tivesse sido no Porto também. Chamem-me regionalista bacoco, se quiserem que não me importo. Não sou pela regionalização, que fique bem claro. Gostei que tivessem tido esse cuidado...Ou será que foi por causa do Festival Super Bock Super Rock (SBSR)?
- Por falar no SBSR, este ano o cartaz é fabuloso! Tenho especialmente pena de não poder ir ao concerto dos Arcade Fire... Resta-me esperar por outra visita e ir ouvindo os CDs...
- Ontem um puto chamado Bruno Gama, oriundo das escolas do FCP, marcou os 2 golos com que Portugal derrotou a congénere Neozelandeza na estreia no Mundial sub20 de futebol. Deu para ver outros craques também, apesar de só ter visto a parte final da 2ª parte. Já pude rever o livre espectacularmente convertido que deu o 1ºgolo. Volto a questionar-me porque andam os senhores do meu clube a gastar imenso dinheiro em compras lá fora quando cá dentro temos tanto valor e alguns a custo zero??? Sempre me deu mais prazer ver o FCP triunfar com prata da casa ou pelo menos prata nacional. Cá, devia-se adoptar um critério parecido com o adoptado em Inglaterra em que só podem jogar lá, estrangeiros que representem ou tenham representado a selecção do seu país. Eu sei, eu sei que não temos o dinheiro deles, mas íamos a mercados mais baratos onde também há artistas. Uma grande percentagem de brasileiros que cá andam não fazem mais nada do que truncar carreiras promissoras a jovens portugueses!
- Hoje recebi a boa notícia que o FCP acaba de contratar ao PSV, um técnico holandês de nome Pepijn Lijnders de 24 anos especialista nas camadas jovens. Segundo ele "o F.C. Porto está a apostar com muita força nas camadas jovens e a desenvolver um enorme projecto"... Vou aguardar atento!...
- O Benfica apresentou esta semana o seu novo equipamento para a época 2006/2007. O equipamento alternativo é cor de rosa... Sobre isso ouçam o mouro RAP.
- O equipamento do FCP para esta época também já foi apresentado:
- Não há pachorra para aturar este Zé Manel (Qual "Joe" qual quê!) Berardo com os seus americanismos no meio de frases de português mais ou menos incompreensível. O Portugalzinho ignorante que ele deixou há uns anos atrás já não é o mesmo... Pensa que nos impressiona com as suas tiradas americanas... Com o museu vem dizer que quer tornar Portugal um país mais culto... Como dizia o outro, "o que tu queres, sei eu"! O tipo, na sombra, já causava algumas inimizades aqui no Quatro... Agora que ganhou mediatismo, parece ter gostado da coisa para mal dos nossos pecados...
- Na semana passada, em mais uma viagem no IP4, ouvi na Antena 3 o "Prova Oral" do Fernando Alvim (outro tipo com quem embirro um pouco; mas isso agora não interessa nada...) que falava sobre uma revista que nasceu na época errada e por isso morreu. Tratava-se da revista K que o JB lia assiduamente. Ainda guardas esses exemplares, JB? Lembro-me que também gostava de a ler, muito pelo nome do MEC estar associado. No final do ano passado parece que foi editado um livro intitulado "Já Não me Lembrava - os delírios da Kapa" da autoria de um dos editores, o Carlos Quevedo. Fiquei com vontade de dar uma vista de olhos...
- Gostei que se tivessem lembrado do Porto, via "Prós e Contras" da RTP, numa altura em que as eleições para Alcaide Alfacinha estão na ordem do dia...
- Gostei que a abertura da Presidência portuguesa da União Europeia tivesse sido no Porto também. Chamem-me regionalista bacoco, se quiserem que não me importo. Não sou pela regionalização, que fique bem claro. Gostei que tivessem tido esse cuidado...Ou será que foi por causa do Festival Super Bock Super Rock (SBSR)?
- Por falar no SBSR, este ano o cartaz é fabuloso! Tenho especialmente pena de não poder ir ao concerto dos Arcade Fire... Resta-me esperar por outra visita e ir ouvindo os CDs...
- Ontem um puto chamado Bruno Gama, oriundo das escolas do FCP, marcou os 2 golos com que Portugal derrotou a congénere Neozelandeza na estreia no Mundial sub20 de futebol. Deu para ver outros craques também, apesar de só ter visto a parte final da 2ª parte. Já pude rever o livre espectacularmente convertido que deu o 1ºgolo. Volto a questionar-me porque andam os senhores do meu clube a gastar imenso dinheiro em compras lá fora quando cá dentro temos tanto valor e alguns a custo zero??? Sempre me deu mais prazer ver o FCP triunfar com prata da casa ou pelo menos prata nacional. Cá, devia-se adoptar um critério parecido com o adoptado em Inglaterra em que só podem jogar lá, estrangeiros que representem ou tenham representado a selecção do seu país. Eu sei, eu sei que não temos o dinheiro deles, mas íamos a mercados mais baratos onde também há artistas. Uma grande percentagem de brasileiros que cá andam não fazem mais nada do que truncar carreiras promissoras a jovens portugueses!
- Hoje recebi a boa notícia que o FCP acaba de contratar ao PSV, um técnico holandês de nome Pepijn Lijnders de 24 anos especialista nas camadas jovens. Segundo ele "o F.C. Porto está a apostar com muita força nas camadas jovens e a desenvolver um enorme projecto"... Vou aguardar atento!...
- O Benfica apresentou esta semana o seu novo equipamento para a época 2006/2007. O equipamento alternativo é cor de rosa... Sobre isso ouçam o mouro RAP.
- O equipamento do FCP para esta época também já foi apresentado:
21.6.07
4 frames - 192 horas
Antevejo uma semana cansativa.
Inaugurações de museus. Lançamentos de albuns musicais. Contratações de última hora. Greves. Protestos. Debates na Assembleia. Objectores de consciência. Festas populares. Fogos para apagar. Trânsito nas horas de ponta na VCI e 2ª Circular.
E eu ali. muito cansado.
cheio de azul. cheio de luz. cheio de livros para ler. cheio de tempo. cheio de horizonte... Cheio de Alentejo!!! enfim...
20.6.07
Livro de Estilo.
Ponto prévio: A partir de agora e até aviso em contrário todos os meus posts vão terminar com o mais genuíno, corriqueiro e ao mesmo tempo despretensioso vocábulo que conheço...
Vem isto a propósito da melhor declaração de amor de sempre. Ainda a década de 90 mal tinha começado e andávamos nós a vegetar nos anos finais do secundário entretidos com gajas, futebóis e casos mais ou menos malinos de acne juvenil. O herói da história é um rapaz um pouco mais velho, um outsider vindo de terras transmontanas. Como características peculiares diga-se que usava botas de biqueira, cabelo quase rapado e que proclamava orgulhosamente a quem junto a ele passasse a sua condição de anarquista. Saltava à vista de todos que o rapaz estava embeiçado pela J., que tipicamente era a única que insistia em não ver ou em não querer ver a situação. Quando finalmente o rapaz ganhou coragem de afirmar o seu amor fê-lo da forma normalmente escolhida por um adolescente tipo, usando a mítica táctica do bilhetinho. Nesse pequeno pedaço de papel, contendo toda a intensidade dum sentimento tão forte como a paixão, apenas 4 palavras:
"Gosto de ti, porra."
Vem isto a propósito da melhor declaração de amor de sempre. Ainda a década de 90 mal tinha começado e andávamos nós a vegetar nos anos finais do secundário entretidos com gajas, futebóis e casos mais ou menos malinos de acne juvenil. O herói da história é um rapaz um pouco mais velho, um outsider vindo de terras transmontanas. Como características peculiares diga-se que usava botas de biqueira, cabelo quase rapado e que proclamava orgulhosamente a quem junto a ele passasse a sua condição de anarquista. Saltava à vista de todos que o rapaz estava embeiçado pela J., que tipicamente era a única que insistia em não ver ou em não querer ver a situação. Quando finalmente o rapaz ganhou coragem de afirmar o seu amor fê-lo da forma normalmente escolhida por um adolescente tipo, usando a mítica táctica do bilhetinho. Nesse pequeno pedaço de papel, contendo toda a intensidade dum sentimento tão forte como a paixão, apenas 4 palavras:
"Gosto de ti, porra."
15.6.07
Centro Custeiem o Benfica - CCB
Que este senhor, que um dia lhe foi dada uma comenda, e que mal sabe falar português, enterre dinheiro no clube "dos seis milhões", é lá com ele. Agora, correr o risco de um dia chegar ao CCB, e ter que levar com um retrato do Eusébio com mil e uma cores, estilo Andy Warhol, isso é que não.
14.6.07
13.6.07
11.6.07
A Feira do Livro morreu...
Fui há dias à do Porto, quase por acaso e só porque dei comigo nas proximidades.
Tempos houve em que aguardava com alguma ansiedade este tipo de eventos que me serviam mais para conhecer novos autores e novas editoras do que propriamente para poupar alguns tostões. No entanto, desde que a feira abandonou os jardins e se passou a realizar no interior do Palácio que algo mudou. Por contraponto à memória (talvez pouco real?) de estar com agrado na feira e até de lá ir mais do que uma vez, agora a sensação predominante é um desconforto avassalador que começa logo à entrada, onde a péssima refrigeração do ambiente se soma à pequenez dos corredores. Presumo que seja para contrariar o imediato impulso de fugir que a organização coloca a porta de saída do lado oposto, literalmente obrigando o visitante a atravessar toda a exposição. Enfim, no meio de muitos encontrões e tipo sardinhas em cardumes sobrepovoados lá se vai fazendo o caminho. As paragens são necessariamente poucas, o tempo e a vontade de folhear livros ou conversar com os expositores é quase inexistente e o final da experiência é recebido com um suspiro de alívio. Duvido muito que alguém no seu perfeito juízo goste disto, por mais que adore livros ou que tenha algum interesse nas conferências que por lá se vão promovendo.
Contrariamente ao que há anos se ouve por aí não acho que o problema esteja só no modelo mas também no tipo de espaço em que se organiza um evento assim. E não falo só de ser ao ar livre para que se possa respirar. Falo também de criar espaços amplos, zonas de escapatória, diversas entradas e saídas que permitam fluir de forma menos condicionada. E porque não acrescentar zonas de chill out, esplanadas dignas desse nome para tornar a visita mais agradável?
É que caso contrário porque carga de água é que havemos de ir aos 15 dias de feira do livro se temos uma FNAC disponível o ano inteiro?
p.s. 1 - ouvi dizer que uma das vantagens da terraplanagem que fizeram na Praça da Liberdade seria a possibilidade de organizar coisas deste estilo. Caso não esteja demasiado ocupado com as suas corridas de automóveis seria óptimo que Rui Rio conseguisse concretizar essa ideia.
p.s. 2– mesmo irritado, suado e apertado não resisti a aproveitar alguns preços baixos e para além de uns livros para o J. acabei por comprar 2 para mim:
- Casei com um comunista – Philip Roth
- Meridiano de sangue ou o crepúsculo vermelho no oeste – Cormac McCarthy
Tempos houve em que aguardava com alguma ansiedade este tipo de eventos que me serviam mais para conhecer novos autores e novas editoras do que propriamente para poupar alguns tostões. No entanto, desde que a feira abandonou os jardins e se passou a realizar no interior do Palácio que algo mudou. Por contraponto à memória (talvez pouco real?) de estar com agrado na feira e até de lá ir mais do que uma vez, agora a sensação predominante é um desconforto avassalador que começa logo à entrada, onde a péssima refrigeração do ambiente se soma à pequenez dos corredores. Presumo que seja para contrariar o imediato impulso de fugir que a organização coloca a porta de saída do lado oposto, literalmente obrigando o visitante a atravessar toda a exposição. Enfim, no meio de muitos encontrões e tipo sardinhas em cardumes sobrepovoados lá se vai fazendo o caminho. As paragens são necessariamente poucas, o tempo e a vontade de folhear livros ou conversar com os expositores é quase inexistente e o final da experiência é recebido com um suspiro de alívio. Duvido muito que alguém no seu perfeito juízo goste disto, por mais que adore livros ou que tenha algum interesse nas conferências que por lá se vão promovendo.
Contrariamente ao que há anos se ouve por aí não acho que o problema esteja só no modelo mas também no tipo de espaço em que se organiza um evento assim. E não falo só de ser ao ar livre para que se possa respirar. Falo também de criar espaços amplos, zonas de escapatória, diversas entradas e saídas que permitam fluir de forma menos condicionada. E porque não acrescentar zonas de chill out, esplanadas dignas desse nome para tornar a visita mais agradável?
É que caso contrário porque carga de água é que havemos de ir aos 15 dias de feira do livro se temos uma FNAC disponível o ano inteiro?
p.s. 1 - ouvi dizer que uma das vantagens da terraplanagem que fizeram na Praça da Liberdade seria a possibilidade de organizar coisas deste estilo. Caso não esteja demasiado ocupado com as suas corridas de automóveis seria óptimo que Rui Rio conseguisse concretizar essa ideia.
p.s. 2– mesmo irritado, suado e apertado não resisti a aproveitar alguns preços baixos e para além de uns livros para o J. acabei por comprar 2 para mim:
- Casei com um comunista – Philip Roth
- Meridiano de sangue ou o crepúsculo vermelho no oeste – Cormac McCarthy
8.6.07
A teoria da evolução.
Há quem diga que o traço marcante da raça humana é a capacidade de rir. Ontem chamaram-me a atenção para algo bem mais interessante: a nossa propensão para sentirmos orgulho nos maus cheiros que conseguimos por vezes produzir.
7.6.07
Não há pai para nós...
No dia 17 de Junho o Parque dos Poetas em Oeiras vai acolher aquela que pretende ser a maior concentração de grávidas de todo o sempre, com o assumido objectivo de entrar para o Livro do Guinness.
Não contentes com a honra de já possuirmos recordes de inegável prestígio como o dos maiores chifres do mundo, a mesa mais comprida, o reinado mais comprido e também o mais curto, o maior copo de vinho, bouquet de noiva, canivete, camisola, sobreiro, o realizador mais velho e aquele que é o meu preferido: a maior perda moderna da capacidade de agricultura (!!), enfim, dizia eu que não contentes com estas marcas de inigualável génio lusitano temos agora uma organização com o sugestivo e digamos a modos que algo enjoativo nome barrigas de amor a promover esta bela concentração.
Provavelmente vão ter t-shirts e porta-chaves e canecas e bonés e outros bonitos produtos de merchandising, tudo em rosa ou azul marinho conforme o sexo dos pimpolhos.
Parece-me muito boa ideia. Afinal o que é que motards, fãs do star trek ou ex-companheiros de antigos batalhões das guerras coloniais têm a mais que as grávidas?
Para evitar o caos, só faço votos para que se lembrem de ter por lá muitas casas de banho...
p.s.- Quanto ao aumento das taxas de natalidade, cheira-me que vamos continuar a apostar nos imigrantes. Afinal não é suposto serem eles a fazer os trabalhos que os portugueses não querem?
Não contentes com a honra de já possuirmos recordes de inegável prestígio como o dos maiores chifres do mundo, a mesa mais comprida, o reinado mais comprido e também o mais curto, o maior copo de vinho, bouquet de noiva, canivete, camisola, sobreiro, o realizador mais velho e aquele que é o meu preferido: a maior perda moderna da capacidade de agricultura (!!), enfim, dizia eu que não contentes com estas marcas de inigualável génio lusitano temos agora uma organização com o sugestivo e digamos a modos que algo enjoativo nome barrigas de amor a promover esta bela concentração.
Provavelmente vão ter t-shirts e porta-chaves e canecas e bonés e outros bonitos produtos de merchandising, tudo em rosa ou azul marinho conforme o sexo dos pimpolhos.
Parece-me muito boa ideia. Afinal o que é que motards, fãs do star trek ou ex-companheiros de antigos batalhões das guerras coloniais têm a mais que as grávidas?
Para evitar o caos, só faço votos para que se lembrem de ter por lá muitas casas de banho...
p.s.- Quanto ao aumento das taxas de natalidade, cheira-me que vamos continuar a apostar nos imigrantes. Afinal não é suposto serem eles a fazer os trabalhos que os portugueses não querem?
6.6.07
Sugestão
3.6.07
...
Para a maioria dos tipos que como eu tenham nascido e sido criados no Porto, o orgulho nas coisas boas da cidade é um sentimento quase inato que nos toma de assalto sem o cuidado polido dos avisos prévios e logo que cambaleando damos os primeiros passos e abrimos os olhos para o que nos rodeia.
No meu caso e com o passar dos anos este sentimento foi-se modificando, perdendo aquele componente grunho e bacoco do regionalismo futebolóide, mas sem nunca verdadeiramente esmorecer.
Podia falar daquela luz cinzenta enevoada que por vezes parece cobrir a cidade ou do labirinto tortuosos de ruas e ruelas onde séculos de história nos espreitam a cada esquina. Ou talvez encher linhas e linhas de texto acerca da alma tripeira e suas peculiaridades. Resisto contrariado a debruçar-me longa e fastidiosamente sobre as francesinhas e as tripas à moda ou a adjectivar superlativamente a Ribeira, o Parque da Cidade, a Casa da Música e a Foz.
Este post serve apenas para dizer que este fim de semana serviu para confirmar algo que já sinto há muitos anos: Serralves, com a sua fundação, museu e acima de tudo com aquele parque fabuloso, é o meu sítio preferido, tanto assim que sempre que lá vou saio com a alma lavada e com uma sensação, infantil eu sei, de orgulho.
No meu caso e com o passar dos anos este sentimento foi-se modificando, perdendo aquele componente grunho e bacoco do regionalismo futebolóide, mas sem nunca verdadeiramente esmorecer.
Podia falar daquela luz cinzenta enevoada que por vezes parece cobrir a cidade ou do labirinto tortuosos de ruas e ruelas onde séculos de história nos espreitam a cada esquina. Ou talvez encher linhas e linhas de texto acerca da alma tripeira e suas peculiaridades. Resisto contrariado a debruçar-me longa e fastidiosamente sobre as francesinhas e as tripas à moda ou a adjectivar superlativamente a Ribeira, o Parque da Cidade, a Casa da Música e a Foz.
Este post serve apenas para dizer que este fim de semana serviu para confirmar algo que já sinto há muitos anos: Serralves, com a sua fundação, museu e acima de tudo com aquele parque fabuloso, é o meu sítio preferido, tanto assim que sempre que lá vou saio com a alma lavada e com uma sensação, infantil eu sei, de orgulho.
30.5.07
Nem deu para saborear...
Anderson Luís de Abreu já não é jogador do F.C. Porto. Um tubarão europeu de seu nome Manchester United acaba de o levar. Segundo dizem as primeiras notícias, 25 milhões de euros foi o valor acordado...
Que desilusão!
Numa altura em que o FCP nos convida a renovar o lugar anual, como vou eu fazê-lo sem o futuro melhor jogador do mundo no meu clube??? Já imaginava a próxima época como a época da afirmação definitiva pois esta, com a lesão, quase não deu para saborear...
Esta operação foi um banho bem gelado para o Chelsea FC a quem o Anderson encaixava como uma luva! Apetece dizer: "Mourinho, viste-lhe a matrícula?"
Neste mesmo dia, Nani (um outro jogador que muito admiro) rumou ao mesmo clube. Segundo dizem as primeiras notícias, 25,5 milhões de euros foi o valor acordado... Duas notas apenas:
- A cláusula de rescisão do Nani era de 20 milhões de euros. Voltamos os tempos do Sr. Vale e Azevedo? Querem atirar areia para os olhos de quem? Estão a chamar o quê aos dirigentes do "ManUnited"?
- O Nani já é um valor seguríssimo, na minha opinião. Mas não vale mais que o Anderson... Este último é mesmo fortíssimo candidato a melhor do mundo a breve trecho...
Voltando ao meu clube, vou-me sentar no palanque e observar se, mais uma vez, a SAD portista não vai saber aproveitar este balão de oxigénio económico...
Em relação ao menino prodígio brasileiro, o que mais me entristece é pensar que ele, daqui a uns anos, não se lembrará do FCP...
E o Quaresma? Vamos conseguir aguentá-lo?
Que desilusão!
Numa altura em que o FCP nos convida a renovar o lugar anual, como vou eu fazê-lo sem o futuro melhor jogador do mundo no meu clube??? Já imaginava a próxima época como a época da afirmação definitiva pois esta, com a lesão, quase não deu para saborear...
Esta operação foi um banho bem gelado para o Chelsea FC a quem o Anderson encaixava como uma luva! Apetece dizer: "Mourinho, viste-lhe a matrícula?"
Neste mesmo dia, Nani (um outro jogador que muito admiro) rumou ao mesmo clube. Segundo dizem as primeiras notícias, 25,5 milhões de euros foi o valor acordado... Duas notas apenas:
- A cláusula de rescisão do Nani era de 20 milhões de euros. Voltamos os tempos do Sr. Vale e Azevedo? Querem atirar areia para os olhos de quem? Estão a chamar o quê aos dirigentes do "ManUnited"?
- O Nani já é um valor seguríssimo, na minha opinião. Mas não vale mais que o Anderson... Este último é mesmo fortíssimo candidato a melhor do mundo a breve trecho...
Voltando ao meu clube, vou-me sentar no palanque e observar se, mais uma vez, a SAD portista não vai saber aproveitar este balão de oxigénio económico...
Em relação ao menino prodígio brasileiro, o que mais me entristece é pensar que ele, daqui a uns anos, não se lembrará do FCP...
E o Quaresma? Vamos conseguir aguentá-lo?
29.5.07
Definição de "anti-portista"
...é ser benfiquista e ficar feliz pela vitória do Sporting na Taça de Portugal só porque nós portistas íamos torcer pelo Belenenses...
Esta pessoa existe mas, como é óbvio, o seu primeiro clube é o anti-FCP e não o S. L. Benfica...
Desde que ontem ouvi isto, nunca mais aceitarei que me considerem adepto "anti-qualquer clube" só porque quero que esse clube perca um jogo qualquer...
Esta pessoa existe mas, como é óbvio, o seu primeiro clube é o anti-FCP e não o S. L. Benfica...
Desde que ontem ouvi isto, nunca mais aceitarei que me considerem adepto "anti-qualquer clube" só porque quero que esse clube perca um jogo qualquer...
27.5.07
Calcanhar de Madjer foi há 20 anos...
Há 20 atrás, 27 de Maio foi uma 4ª feira. Uma 4ª feira que nunca mais esquecerei e que é sem dúvida alguma um dos dias mais felizes da minha vida. Tinha então 11 anos e por os nossos pais serem amigos, acabei por ir parar a casa dos pais do JB em frente da Xai-Xai a partir das 19h45 até não sei que horas porque, sinceramente, não me lembro bem do que se passou depois do apito final do árbitro Alexis Ponnet... Estava eu, o meu falecido pai, a minha mãe, a minha irmã, mais os pais e irmãos do JB e ainda se não me engano a família vizinha com quem o JB se dava bem (o P., a J. e respectivos pais) todos na sala onde muitas vezes jogamos ZX Spectrum.
Depois de termos derrotado na meia-final o mais que favorito Dínamo de Kiev que na altura representava quase 100% da selecção da antiga URSS, o sonho era grande, mas os alemães do Bayern de Munique cedo acalmaram as nossas expectativas marcando o primeiro golo antes das meia hora.
Mas a minha juventude, fazia-me acreditar na reviravolta fosse qual fosse o adversário. Na 1ª parte, jogamos pouquinho, parecendo que a equipa estava mais interessada em perder por poucos. Mas a 2ª parte trouxe um FCP totalmente diferente para muito melhor. As oportunidades sucediam-se mas a bola teimava em não entrar na baliza do Jean Marie Pfaff... Os minutos passavam, o Futre tem uma jogada inesquecível que foi uma pena não ter resultado em golo porque seria o melhor golo das finais...O 1-0 teimava em se manter, até que, por volta do minuto 75... Num assalto de superstição, resolvo dizer "Vou para o quarto ver na outra televisão para dar sorte" e lá fui. Ao minuto 77, Madjer marca o célebre golo de calcanhar que mudaria a história do futebol português além fronteiras. Senti uma alegria indescritível e recordo-me de ter vindo à sala onde estavam todos aos saltos e abraçados. Recordo-me de rodopiar deitado no chão da entrada da casa dos pais do JB e só por sorte não me magoei nas pernas de uma mesa ou armário que para lá tinha. (Na altura pensei no meio daquela excitação descontrolada se algum dia iria esquecer aquele festejo... Pelo vistos não!).
Com o jogo a recomeçar com a bola a meio campo e as pessoas na sala a dizerem-me "deste sorte!" eu resolvi voltar para o quarto porque a minha missão ainda não estava cumprida e um verdadeiro supersticioso mantém a receita! Voltei então para o quarto para "ver se dou outra vez sorte" e ali chegado dá-se a outra jogada genial do Madjer que culmina com o golo do Juary que nos veio a dar a 1ª Taça dos Clubes Campeões Europeus. Claro está que acabei nos Aliados onde já tinha estado a festejar a passagem à final.
Na altura, os meus pais tinham um vídeo-gravador de cassetes de sistema BETA e eu resolvi deixar a gravar a final na mesma cassete em que tinha gravado a 2ªmão da meia-final em Kiev. Como não estávamos em casa, gravou intervalo e tudo e por esse motivo a fita acabou a 1 minuto do fim não tendo gravado os célebres festejos do João Pinto.
Durante meses, revi o vídeo vezes sem conta, mas mesmo assim, ainda hoje, ao rever os lances dos golos, sinto um arrepio pelo corpo todo!
Na altura, como é óbvio, reclamei para mim uma ajudinha ao FCP ao ter feito aquela mudança táctica que deu sorte. O nosso amigo JB que, à época, era um menino invejoso e que tinha a mania que era mais inteligente, até numa altura destas, retorquiu "Não, não deste sorte! Estavas era a dar azar na sala..."
Como nota final, aquando da nossa chegada à final de Gelsenkirschen há 3 anos, a RTPN repetiu jogos dessa célebre caminhada de 1987. Confesso-vos que ao rever a 1ªmão da meia final no estádio das Antas contra o Dínamo de Kiev - eu estive lá - me desiludi pois não tinha ideia que jogávamos um futebolzinho tão aos "repelões" e à espera de uma iniciativa individual que à 10ª tentativa lá tivesse êxito. O Dínamo de Kiev jogava um futebol espectacular onde cada jogador sabia bem o que tinha que fazer, com triangulações "a régua e esquadro"... O nosso era um futebol operário salpicado por alguns génios como o Futre e o Madjer... Outros tempos! Hoje percebo ainda melhor a importância daquele feito e tenho perfeita noção que foi realmente uma vitória de David contra Golias...
25.5.07
Eu: I(57%) S(55%) T(60%) P(55%)
Para este fim de semana, proponho-vos este teste de personalidade bastante interessante e com resultados bastante credíveis...
Os resultados estão aqui.
Estamos sempre a tempo de mudar de vida, como diria o cabeleireiro de Fiscal...
Os resultados estão aqui.
Estamos sempre a tempo de mudar de vida, como diria o cabeleireiro de Fiscal...
23.5.07
22.5.07
Foi você que pediu um Porto, Ferreira?
O que aconteceria se a 1ª e 2ª voltas do FCP fossem trocadas? Isto é, se fosse na 2ª volta que o Porto tivesse conseguido ganhar 13 vezes e só perder e empatar uma?
Será que o Jesualdo teria "ido com a santa" antes do Natal? Será que a desculpa de não ter feito a pré-temporada com a equipa lhe teria valido de alguma coisa? Será que nesta altura era melhor treinador do que é agora? Será que duvidariam da sua continuidade para a próxima temporada?
A tendenciosa combinação de multiplas variáveis torna obviamente falível qualquer uma das respostas. Para mim o que é certo é que ele ganhou um campeonato que se sabia à partida que tinha 30 jornadas, e não 29 jornadas e 45 minutos, como muitos gostariam.
21.5.07
22. Bi. 13 em 20.
Depois de 45 minutos com um pouco de samba e muito de drama, na 2ª parte só deu tango. Tocado com muito coração e com uma garra que esteve ausente nas últimas semanas. Dizem que LIsandro é argentino, mas olhando para a forma como corre e como luta eu diria que ele nasceu algures entre a Sé e Ribeira.
Já não sei quem disse que no Porto qualquer treinador se arrisca a ser campeão. Depois de Adriaanse, Jesualdo veio novamente provar que isso é verdade. É óbvio que deve continuar e não deixa de ser sintomático da forma como a comunicação social trata o FCP que essa questão tenha sido ontem tão levantada. Acho que muitas vezes lê mal o jogo, acho que lidou mal com a pausa natalícia e fez (ou deixou fazer...) contratações mais que duvidosas, mas liderou o grupo e o balneário (sim, sim, com a ajuda do Baía mas isso também é mérito do treinador) e resistiu às pressões e às capas de jornais dos últimos meses. E acima de tudo, num ano em que pura e simplesmente não tivemos presidente, foi Jesualdo que carregou com tudo às costas.
Não é nem de perto nem de longe o melhor jogador do campeonato nem sequer da equipa. Não joga bonito e é até meio tosco com os pés mas quando falha levanta-se e volta a tentar uma e outra vez, sempre com um meio sorriso nos lábios. Quiseram mandá-lo embora, com ameaças de que não ia jogar nem mais um minuto, mas o homem é persistente e tem uma aparentemente inabalável fé nas suas capacidades. Assim, quando Postiga desapareceu perdido em inúmeros protestos e foras-de-jogo, quando Bruno Moraes mostrou que não passa de um brinca-na-areia e quando Renteria nos deixou a pensar que Janeiro serve para pagar favores a empresários, foi a Adriano que Jesualdo teve de recorrer e foi ele que foi marcando os golos que nos aguentaram à frente do campeonato.
Pepe e Quaresma foram essenciais, mas contra tudo e todos, o homem do título é Adriano, o patinho feio.
p.s.- Contra o Nacional roubaram-nos um golo e um penalty. Ontem no jogo do tudo ou nada o 1-1 é ilegal, há um penalty sobre o Jorginho e uma agressão não punida sobre o Adriano. Tudo bem. Mas e se fosse ao contrário?
Já não sei quem disse que no Porto qualquer treinador se arrisca a ser campeão. Depois de Adriaanse, Jesualdo veio novamente provar que isso é verdade. É óbvio que deve continuar e não deixa de ser sintomático da forma como a comunicação social trata o FCP que essa questão tenha sido ontem tão levantada. Acho que muitas vezes lê mal o jogo, acho que lidou mal com a pausa natalícia e fez (ou deixou fazer...) contratações mais que duvidosas, mas liderou o grupo e o balneário (sim, sim, com a ajuda do Baía mas isso também é mérito do treinador) e resistiu às pressões e às capas de jornais dos últimos meses. E acima de tudo, num ano em que pura e simplesmente não tivemos presidente, foi Jesualdo que carregou com tudo às costas.
Não é nem de perto nem de longe o melhor jogador do campeonato nem sequer da equipa. Não joga bonito e é até meio tosco com os pés mas quando falha levanta-se e volta a tentar uma e outra vez, sempre com um meio sorriso nos lábios. Quiseram mandá-lo embora, com ameaças de que não ia jogar nem mais um minuto, mas o homem é persistente e tem uma aparentemente inabalável fé nas suas capacidades. Assim, quando Postiga desapareceu perdido em inúmeros protestos e foras-de-jogo, quando Bruno Moraes mostrou que não passa de um brinca-na-areia e quando Renteria nos deixou a pensar que Janeiro serve para pagar favores a empresários, foi a Adriano que Jesualdo teve de recorrer e foi ele que foi marcando os golos que nos aguentaram à frente do campeonato.
Pepe e Quaresma foram essenciais, mas contra tudo e todos, o homem do título é Adriano, o patinho feio.
p.s.- Contra o Nacional roubaram-nos um golo e um penalty. Ontem no jogo do tudo ou nada o 1-1 é ilegal, há um penalty sobre o Jorginho e uma agressão não punida sobre o Adriano. Tudo bem. Mas e se fosse ao contrário?
20.5.07
19.5.07
A 1 jornada do fim. O meu 11 ideal da liga 2006-2007.
15.5.07
13.5.07
11.5.07
10.5.07
Perplexidades
hoje ao almoço esta com uns colegas de trabalho...
...um dizia que era o Pina Moura era uma vergonha... primeiro por ter ido trabalhar para Iberdrola após ter descaradamente beneficiado essa empresa quando foi ministro... e depois por ter aceite o lugar na Prisa... e que no caso do Balsemão é diferente porque ele foi empresário de Media toda a vida, mesmo antes de ter entrado na política...
... passados uns minutos o mesmo colega dizia que a entrevista ao Sócrates na RTP1 foi uma vergonha... que os jornalistas estavam notoriamente muito mal preparados, deixando o 1º Ministro à vontade durante todo o trabalho... só haveria 2 explicações possíveis para este facto, ou foram incompetentes ou o governo exerceu a sua influência sobre a RTP...
... passado uns minutos expressei a minha estupefacção por todos nos queixarmos da corrupção reinante no nosso país mas não agirmos em conformidade... apontei como exemplo o caso de Isaltino Morais, Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro, que apesar de serem suspeitos de práticas de corrupção durante os seus mandatos (ou no caso de VL no desempenho de outras funções de interesse público), foram reeleitos pelas populações de Oeiras, Felgueiras e Gondomar... responderam-me que no caso do Isaltino Morais, que era o que conheciam melhor, comprendiam o voto da população de Oeiras devido a tudo aquilo que o homem já fez pelo concelho... diziam-me que IM transformou Oeiras no concelho com melhor qualidade de vida em Portugal e que por isso as suas actividades corruptas podem ser relativizadas... que "no fundo receber luvas de empresários não é roubar o erário público", que "eles ganha tão pouco e fez tanto por Oeiras que é comprensivel que queira um pouco para ele", que "ele fez muito por Oeiras e o que ele roubou dá muito pouquinho a cada um de nós", que "ele ganhava muito pouco e é como no caso do Paulo Macedo não há problema que eles ganhem dinheiro quando são tão competentes" [esta mistura de alhos c/ bugalhos deixou-me sem palavras]... perguntei se ele tivesse morto alguém se também podia ser reeleito dado tudo o que fez por Oeiras... senão, considerando tudo o que fez, até quanto é que pode roubar? Como se estabelece o limite?... Perguntei se o Pinto da Costa deveria ser perdoado por todos os portugueses atendendo a tudo o que fez pelo clube, pelo porto, e pelo país?... Acho que acharam que era um extra-terrestre... por mim fiquei a pensar que se pessoas com a elevada educação, posição social e juventude dos meus interlocutores pensam assim, ainda precisamos de aquirir muita maturidade como cidadãos para fazer o nosso país progredir...
...um dizia que era o Pina Moura era uma vergonha... primeiro por ter ido trabalhar para Iberdrola após ter descaradamente beneficiado essa empresa quando foi ministro... e depois por ter aceite o lugar na Prisa... e que no caso do Balsemão é diferente porque ele foi empresário de Media toda a vida, mesmo antes de ter entrado na política...
... passados uns minutos o mesmo colega dizia que a entrevista ao Sócrates na RTP1 foi uma vergonha... que os jornalistas estavam notoriamente muito mal preparados, deixando o 1º Ministro à vontade durante todo o trabalho... só haveria 2 explicações possíveis para este facto, ou foram incompetentes ou o governo exerceu a sua influência sobre a RTP...
... passado uns minutos expressei a minha estupefacção por todos nos queixarmos da corrupção reinante no nosso país mas não agirmos em conformidade... apontei como exemplo o caso de Isaltino Morais, Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro, que apesar de serem suspeitos de práticas de corrupção durante os seus mandatos (ou no caso de VL no desempenho de outras funções de interesse público), foram reeleitos pelas populações de Oeiras, Felgueiras e Gondomar... responderam-me que no caso do Isaltino Morais, que era o que conheciam melhor, comprendiam o voto da população de Oeiras devido a tudo aquilo que o homem já fez pelo concelho... diziam-me que IM transformou Oeiras no concelho com melhor qualidade de vida em Portugal e que por isso as suas actividades corruptas podem ser relativizadas... que "no fundo receber luvas de empresários não é roubar o erário público", que "eles ganha tão pouco e fez tanto por Oeiras que é comprensivel que queira um pouco para ele", que "ele fez muito por Oeiras e o que ele roubou dá muito pouquinho a cada um de nós", que "ele ganhava muito pouco e é como no caso do Paulo Macedo não há problema que eles ganhem dinheiro quando são tão competentes" [esta mistura de alhos c/ bugalhos deixou-me sem palavras]... perguntei se ele tivesse morto alguém se também podia ser reeleito dado tudo o que fez por Oeiras... senão, considerando tudo o que fez, até quanto é que pode roubar? Como se estabelece o limite?... Perguntei se o Pinto da Costa deveria ser perdoado por todos os portugueses atendendo a tudo o que fez pelo clube, pelo porto, e pelo país?... Acho que acharam que era um extra-terrestre... por mim fiquei a pensar que se pessoas com a elevada educação, posição social e juventude dos meus interlocutores pensam assim, ainda precisamos de aquirir muita maturidade como cidadãos para fazer o nosso país progredir...
9.5.07
...
Era uma vez um miúdo que vivia numa longínqua aldeia lá para os lados da mais alta serra do país. Tão longínqua era a dita aldeia que ficava, digamos assim, longe de todas as outras aldeias e vilas e cidades do referido país. Na casa onde tinha nascido e na qual tinha passado todos mas mesmo todos os dias e noites da sua vida moravam também um gato muito muito velho a quem nunca ninguém se tinha lembrado de dar um nome, um cão um pouco mais novo mas ainda assim pró velhinho e que passava o seu tempo a coçar-se e a tentar lamber os próprios testículos, e um senhor de meia idade que desde há muito dava pelo nome de tio apesar de não ser tio de ninguém e muito menos do miúdo em questão. Na aldeia, cujo nome não sabemos porque já ninguém o pronunciava, não vivia vivalma, isto com a excepção do tio e do miúdo e do cão e do gato. Não havia escola, não havia café, casa do povo, parque infantil, junta de freguesia, enfim não havia nada daquilo que normalmente há numa aldeia e que acaba por ser aquilo que de facto torna uma aldeia em aldeia e não noutra coisa qualquer. Restava apenas um edifício quase podre com uma cruz no topo que denunciava ter sido em tempos uma igreja, ao lado da qual havia um campo salpicado de diversos amontoados de pedras que sugeriam ser este o local do antigo cemitério.
Em relação aos pais do miúdo e já agora em relação aos restantes habitantes da aldeia o único que poderia explicar o ocorrido era o tio mas mesmo o tio já não se lembrava bem à conta de já ter passado muito tempo e diga-se que mesmo que se lembrasse dificilmente poderia contar o estranho sucedido porque à força de não ter ninguém com quem falar também já não se lembrava de muitas das palavras ou sequer de como as organizar em frases.
Temos então em resumo, e para abreviar o intróito que já vai longo, um miúdo que poderia ter 7 ou 8 anos, mas também poderia ter mais ou até inclusivamente ter menos, e um tio.
Podíamos dizer que viviam um para o outro mas isso seria uma mentira e portanto diremos só que viviam cada um a sua vida e que à conta de morarem na mesma aldeia onde não havia mais ninguém, e na mesma casa onde para além deles só havia o cão e o gato, acabavam por se estar sempre a encontrar. Em qualquer outra aldeia daquele ou de qualquer outro país o tio seria considerado um maluquinho daqueles a quem as pessoas de bem dão esmolas em forma de moedas e de carcaças de pão, menos por pena e mais para parecerem pessoas de bem, mas naquela aldeia o tio era o único adulto e portanto reinava absoluto sobre todas as praças vazias. Deste modo, tudo aquilo que aliás era bem pouco mas adiante, que o miúdo sabia em termos das coisas e da linguagem das gentes tinha sido o tio a ensinar. Como o tio tinha esquecido ou decidido esquecer todos os conceitos que não fossem essenciais, o miúdo desconhecia o que era o bem e o mal, o céu e o inferno, a mentira e a verdade. Moral era coisa que aliás nem sequer se aplicava pela simples razão de que não havia ninguém para julgar nem quase ninguém para ser julgado.
Um dia, como não importa qual nem de que mês nem de ano chamemos-lhe então um qualquer dia-feira, um caixeiro-viajante que como o nome indica ganhava o pão saltando de aldeia em aldeia, perdeu-se tão perdido nas suas andanças pela serra que acabou por encontrar a aldeia desta história. Com uma carroça puxada por uma mula com ar de quem já tinha visto toda a terra até ao fim do mundo e arrebaldes, o caixeiro vendia de tudo um pouco, desde óleo de fígado de bacalhau, a pomadas e unguentos para todo o tipo de aflições mais ou menos comichosas das partes mais ou menos pudendas, passando por ervas para botar maus olhados, ervas para tirar maus olhados, óculos, monóculos, binóculos, dentaduras, dados, cartas, e mais uma catrafiada de coisas que na sua maior parte pareciam ter sido tiradas de caixotes do lixo. Lentamente, e diga-se que um tanto a quanto a medo, o estranho desfile de carroça, mula e caixeiro foi fazendo o seu caminho pelas ruas da aldeia, sob o olhar atento das ruínas das casas há muito desabitadas. Chegados à praça central bastou um pequeno grunhido do condutor para que a mula parasse. Surpreendido pela completa ausência de pessoas, o caixeiro reprimiu o instinto de se beliscar para confirmar se estava mesmo acordado e, em vez disso, limitou-se a olhar em volta. De repente, tanto assim que direi mesmo repentinamente, surgiu como que nascido das pedras da calçada o miúdo, logo seguido a curta distância pelo ritmo preguiçoso do cão e pelo ritmo desinteressado do gato. O curioso diálogo que se estabeleceu ali e então entre a incontinência verbal do caixeiro e os longos silêncios do miúdo foi ao mesmo tempo estranho e agradável para cada um deles. O caixeiro contente por poder finalmente falar com alguém sem estar a tentar vender-lhe nada e o miúdo contente por finalmente ouvir alguém falar. Foi de tal ordem a cumplicidade nascida entre os dois que quando o caixeiro decidiu que era tempo de partir e com um pequeno grunhido pôs a mula a andar, o miúdo que sempre tinha vivido naquela a mais longínqua das aldeias lá para os lados da mais alta das serras do país, começou a andar ao lado da carroça primeiro sem pensar muito nisso e depois já decidido a ir para não mais voltar. Ao longe, de uma das janelas de casa o tio observava em silêncio. Vendo que para além do miúdo também o cão e o gato, este aparentemente a contragosto, se preparavam para ir embora, levantou-se, sacudiu como pôde algumas das camadas de poeira que cobriam a sua roupa e lentamente, mas mesmo assim decidido, saiu de casa sem se preocupar sequer em bater a velha porta de madeira.
Ao percorrer pela última vez os únicos caminhos que tinha conhecido em toda a sua vida, os olhos do tio brilhavam e, pela primeira vez desde há muito muito tempo, ele estava finalmente feliz.
Em relação aos pais do miúdo e já agora em relação aos restantes habitantes da aldeia o único que poderia explicar o ocorrido era o tio mas mesmo o tio já não se lembrava bem à conta de já ter passado muito tempo e diga-se que mesmo que se lembrasse dificilmente poderia contar o estranho sucedido porque à força de não ter ninguém com quem falar também já não se lembrava de muitas das palavras ou sequer de como as organizar em frases.
Temos então em resumo, e para abreviar o intróito que já vai longo, um miúdo que poderia ter 7 ou 8 anos, mas também poderia ter mais ou até inclusivamente ter menos, e um tio.
Podíamos dizer que viviam um para o outro mas isso seria uma mentira e portanto diremos só que viviam cada um a sua vida e que à conta de morarem na mesma aldeia onde não havia mais ninguém, e na mesma casa onde para além deles só havia o cão e o gato, acabavam por se estar sempre a encontrar. Em qualquer outra aldeia daquele ou de qualquer outro país o tio seria considerado um maluquinho daqueles a quem as pessoas de bem dão esmolas em forma de moedas e de carcaças de pão, menos por pena e mais para parecerem pessoas de bem, mas naquela aldeia o tio era o único adulto e portanto reinava absoluto sobre todas as praças vazias. Deste modo, tudo aquilo que aliás era bem pouco mas adiante, que o miúdo sabia em termos das coisas e da linguagem das gentes tinha sido o tio a ensinar. Como o tio tinha esquecido ou decidido esquecer todos os conceitos que não fossem essenciais, o miúdo desconhecia o que era o bem e o mal, o céu e o inferno, a mentira e a verdade. Moral era coisa que aliás nem sequer se aplicava pela simples razão de que não havia ninguém para julgar nem quase ninguém para ser julgado.
Um dia, como não importa qual nem de que mês nem de ano chamemos-lhe então um qualquer dia-feira, um caixeiro-viajante que como o nome indica ganhava o pão saltando de aldeia em aldeia, perdeu-se tão perdido nas suas andanças pela serra que acabou por encontrar a aldeia desta história. Com uma carroça puxada por uma mula com ar de quem já tinha visto toda a terra até ao fim do mundo e arrebaldes, o caixeiro vendia de tudo um pouco, desde óleo de fígado de bacalhau, a pomadas e unguentos para todo o tipo de aflições mais ou menos comichosas das partes mais ou menos pudendas, passando por ervas para botar maus olhados, ervas para tirar maus olhados, óculos, monóculos, binóculos, dentaduras, dados, cartas, e mais uma catrafiada de coisas que na sua maior parte pareciam ter sido tiradas de caixotes do lixo. Lentamente, e diga-se que um tanto a quanto a medo, o estranho desfile de carroça, mula e caixeiro foi fazendo o seu caminho pelas ruas da aldeia, sob o olhar atento das ruínas das casas há muito desabitadas. Chegados à praça central bastou um pequeno grunhido do condutor para que a mula parasse. Surpreendido pela completa ausência de pessoas, o caixeiro reprimiu o instinto de se beliscar para confirmar se estava mesmo acordado e, em vez disso, limitou-se a olhar em volta. De repente, tanto assim que direi mesmo repentinamente, surgiu como que nascido das pedras da calçada o miúdo, logo seguido a curta distância pelo ritmo preguiçoso do cão e pelo ritmo desinteressado do gato. O curioso diálogo que se estabeleceu ali e então entre a incontinência verbal do caixeiro e os longos silêncios do miúdo foi ao mesmo tempo estranho e agradável para cada um deles. O caixeiro contente por poder finalmente falar com alguém sem estar a tentar vender-lhe nada e o miúdo contente por finalmente ouvir alguém falar. Foi de tal ordem a cumplicidade nascida entre os dois que quando o caixeiro decidiu que era tempo de partir e com um pequeno grunhido pôs a mula a andar, o miúdo que sempre tinha vivido naquela a mais longínqua das aldeias lá para os lados da mais alta das serras do país, começou a andar ao lado da carroça primeiro sem pensar muito nisso e depois já decidido a ir para não mais voltar. Ao longe, de uma das janelas de casa o tio observava em silêncio. Vendo que para além do miúdo também o cão e o gato, este aparentemente a contragosto, se preparavam para ir embora, levantou-se, sacudiu como pôde algumas das camadas de poeira que cobriam a sua roupa e lentamente, mas mesmo assim decidido, saiu de casa sem se preocupar sequer em bater a velha porta de madeira.
Ao percorrer pela última vez os únicos caminhos que tinha conhecido em toda a sua vida, os olhos do tio brilhavam e, pela primeira vez desde há muito muito tempo, ele estava finalmente feliz.
8.5.07
7.5.07
"gatos" mouros deprimentes
há quem lhe possa chamar criação artística, mas o que se assistiu ontem no programa " gatos fedorentos", foi uma reles tentativa de pressão aos árbitros portugueses quando faltam 2 jornadas para acabar o campeonato. Não sei se viram, mas na parte do programa que é reservada aos "tesourinhos deprimentes", um dos ditos "miaus" tentou, com base na repetição oral, fazer crer que efectivamente tinha havido golo naquele célebre Porto- benfica em que o Baia largou a bola. Á margem da "evidência" subjectiva do golo e do critério muito duvidoso da piada - se é, que havia algum propósito humorístico-, os ataques contínuos ao FCP, podem começar a denotar uma tendência falaciosa.
O critério, muito lato, da criação artística ou humorística, na escolha dos temas a abordar semanalmente, começa a revelar uma azia e uma indisposição mental reveladoras, mesmo para quem tem 7 vidas. Principalmente, depois de uma semana, em que no lado "iluminado" da segunda circular não faltaram coxos e incontinentes verbais.
O critério, muito lato, da criação artística ou humorística, na escolha dos temas a abordar semanalmente, começa a revelar uma azia e uma indisposição mental reveladoras, mesmo para quem tem 7 vidas. Principalmente, depois de uma semana, em que no lado "iluminado" da segunda circular não faltaram coxos e incontinentes verbais.
Eufemismos.
O departamento médico do Benfica diz que o Nuno Gomes sofre de "sinais de síndrome púbico", mas o país real que debita as verdades nos cafés enquanto bebe finos, come tremoços e palita os dentes, sabe que na realidade o gajo é mas é impotente para marcar golos.
Como já é tradição na instituição, também ele vai ser tratado na Alemanha porque está bom de ver que não há nada melhor para o pos-operatório que comer sauerkrat beber weissbier e ser apaparicado por uma enfermeira mamalhuda chamada Gretel.
Como já é tradição na instituição, também ele vai ser tratado na Alemanha porque está bom de ver que não há nada melhor para o pos-operatório que comer sauerkrat beber weissbier e ser apaparicado por uma enfermeira mamalhuda chamada Gretel.
6.5.07
Simplesmente...
eu sei que tacticamente tem muito para aprender. sei que o miúdo quase não defende. sei que por causa da lesão ainda lhe falta algum ritmo, sei que dá muitas vezes a ideia de que já não pode com uma gata pelo rabo, sei que desaparece do jogo durante largos períodos. mas também sei que vê-lo em corrida de cabeça levantada, sempre com a bola quase colada ao seu lindo pé esquerdo, tão alegre e despreocupado como se estivesse a jogar na rua com os amigos, enfim, isso é sal e salero, é cereja em cima do bolo, é lindo demais.
p.s.- até ao início do jogo ainda não tinha sido capaz de perceber o porquê da nomeação de um árbitro tão inexperiente para um dos jogos mais decisivos na luta pelo campeonato. mas ao intervalo, ou seja, com um golo e um penalty a menos para nós a juntar a uma série de cartões perdoados para eles , já não restavam dúvidas: mesmo careca e com outro nome, aquele senhor era sem dúvida o Lucíio Baptista.
4.5.07
A China.
Da edição da semana passada do Courrier Internacional...
Há décadas que a política dos EUA, e mais recentemente também da UE, em relação à China se baseia na premissa de que estimular o seu desenvolvimento económico vai resultar em alterações positivas no sistema político. Segundo um discurso de Bush ainda enquanto governador do Texas, "...a liberdade económica cria hábitos de liberdade. E os hábitos de liberdade suscitam expectativas de democracia".
Esta ideia parte da teoria do "mundo plano" de Thomas Friedman, a partir da qual é razoável esperar que se "eles" querem a mesma coisa que "nós" então "eles" vão tornar-se como "nós".
A isto, James Mann (apresentado como um especialista em relações sino-americanas) chama "a ilusão Starbucks", defendendo que não é por os chineses comerem no Mcdonald's ou beberem café da dita marca que o seu sistema político se tenderá a parecer com os nossos. Tudo porque a nova vaga de classe média urbana de chineses, principais beneficiários da situação actual, podem ter interesse em manter o regime como está evitando assim reformas políticas que possam alterar o status quo social e económico.
Quando os governos ocidentais escolhem fechar os olhos ao repressivo regime político chinês, ou aos seus milhares de condenados à morte (sendo que até crimes fiscais podem merecer esta pena...), ou ao recurso a mão-de-obra infantil, ou ao apoio chinês a ditadores como Mugabe, etc..., chamamos a isto pragmatismo político e vamos aceitando porque nos favorece economicamente e em parte porque acreditamos (ou dizemos acreditar...) que esta transigência vale a pena porque mais cedo ou mais tarde irá resultar numa democratização da China.
James Mann deixa no ar a inquietante hipótese de a China não mudar e assim se poder tornar num exemplo a seguir por outras países e ditaduras por esse mundo fora.
Há décadas que a política dos EUA, e mais recentemente também da UE, em relação à China se baseia na premissa de que estimular o seu desenvolvimento económico vai resultar em alterações positivas no sistema político. Segundo um discurso de Bush ainda enquanto governador do Texas, "...a liberdade económica cria hábitos de liberdade. E os hábitos de liberdade suscitam expectativas de democracia".
Esta ideia parte da teoria do "mundo plano" de Thomas Friedman, a partir da qual é razoável esperar que se "eles" querem a mesma coisa que "nós" então "eles" vão tornar-se como "nós".
A isto, James Mann (apresentado como um especialista em relações sino-americanas) chama "a ilusão Starbucks", defendendo que não é por os chineses comerem no Mcdonald's ou beberem café da dita marca que o seu sistema político se tenderá a parecer com os nossos. Tudo porque a nova vaga de classe média urbana de chineses, principais beneficiários da situação actual, podem ter interesse em manter o regime como está evitando assim reformas políticas que possam alterar o status quo social e económico.
Quando os governos ocidentais escolhem fechar os olhos ao repressivo regime político chinês, ou aos seus milhares de condenados à morte (sendo que até crimes fiscais podem merecer esta pena...), ou ao recurso a mão-de-obra infantil, ou ao apoio chinês a ditadores como Mugabe, etc..., chamamos a isto pragmatismo político e vamos aceitando porque nos favorece economicamente e em parte porque acreditamos (ou dizemos acreditar...) que esta transigência vale a pena porque mais cedo ou mais tarde irá resultar numa democratização da China.
James Mann deixa no ar a inquietante hipótese de a China não mudar e assim se poder tornar num exemplo a seguir por outras países e ditaduras por esse mundo fora.
1.5.07
28.4.07
Boavista 2 - Porto 1...(#§$#«*$%"##«§)
Já tenho mais do que idade para ganhar juízo mas a verdade nua e crua é que continuo a não me saber controlar quando vejo um jogo do Porto. Não me chateio com ninguém, não insulto nem provoco as pessoas que estão a meu lado mas irrito-me a um ponto pouco saudável e quase incompreensível. De tal forma que mesmo agora, uma boa hora depois, só uma réstia de bom-senso impede este post de ser um chorrilho de asneiradas à boa maneira tripeira. Escrevo para descomprimir um pouco antes de ir lavar a louça do jantar, para diminuir o risco de partir umas quantas peças, enfim, para libertar esta bílis malina que se acumulou cá dentro na última hora e meia. Por pontos:
-é inacreditável a atitude com que o Porto entrou no jogo. Não falo na escolha mais que duvidosa do 11 titular, mas sim da forma displicente como se encarou um jogo decisivo ainda para mais contra uma equipa que já se sabe que faz sempre das tripas coração para nos tirar pontos.
-é inacreditável que Jesualdo Ferreira veja tranquilamente instalado no banco a equipa oferecer 45 min. de avanço, sem fazer substituições, sem gritar, sem tentar alterar aquele comportamento vegetativo.
-finalmente, e mesmo dando de barato a minha parcialidade, é inacreditável ver jogos do Porto na TVI. Entre outras preciosidades, ficámos a saber que temos ganho os últimos jogos não por mérito mas sim porque as outras equipas nos tem "oferecido as 1ªs partes", ficámos a saber que Ricardo Costa devia ter sido expulso pelo menos 2 ou 3 vezes e que "vai certamente levar um sumaríssimo que vai fazer com que o Porto fique sem centrais para o próximo jogo", ficámos a saber que Bruno Alves também devia ter sido expulso, ficámos a saber numa jogada de entrada em pé em riste igual a tantas outras que " e agora se o árbitro não explusa Quaresma é só porque não quer", ficámos a saber sempre mas mesmo sempre que o locutor falou do golo do Porto que foi "um lance em que o árbitro entendeu que o guarda redes Peter J. derrubou Adriano", enfim, sou forçado a concluir mais uma vez que são tão parciais nas análises como eu, com a grande e significativa diferença de que eu não sou jornalista nem me tento passar por neutro.
-é inacreditável a atitude com que o Porto entrou no jogo. Não falo na escolha mais que duvidosa do 11 titular, mas sim da forma displicente como se encarou um jogo decisivo ainda para mais contra uma equipa que já se sabe que faz sempre das tripas coração para nos tirar pontos.
-é inacreditável que Jesualdo Ferreira veja tranquilamente instalado no banco a equipa oferecer 45 min. de avanço, sem fazer substituições, sem gritar, sem tentar alterar aquele comportamento vegetativo.
-finalmente, e mesmo dando de barato a minha parcialidade, é inacreditável ver jogos do Porto na TVI. Entre outras preciosidades, ficámos a saber que temos ganho os últimos jogos não por mérito mas sim porque as outras equipas nos tem "oferecido as 1ªs partes", ficámos a saber que Ricardo Costa devia ter sido expulso pelo menos 2 ou 3 vezes e que "vai certamente levar um sumaríssimo que vai fazer com que o Porto fique sem centrais para o próximo jogo", ficámos a saber que Bruno Alves também devia ter sido expulso, ficámos a saber numa jogada de entrada em pé em riste igual a tantas outras que " e agora se o árbitro não explusa Quaresma é só porque não quer", ficámos a saber sempre mas mesmo sempre que o locutor falou do golo do Porto que foi "um lance em que o árbitro entendeu que o guarda redes Peter J. derrubou Adriano", enfim, sou forçado a concluir mais uma vez que são tão parciais nas análises como eu, com a grande e significativa diferença de que eu não sou jornalista nem me tento passar por neutro.
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